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Mosquitos podem transmitir doenças aos equinos

Rural 275 / Junho 2021 – Os mosquitos são um dos principais vetores de transmissão de vírus para os mamíferos. No caso dos cavalos, são responsáveis pela transmissão de uma série de doenças, entre elas:  a Encefalomielite Equina e a Febre do Nilo.

Nestes casos, os equinos podem ser infectados por meio da picada de mosquitos contaminados, principalmente os da espécie Culex, popularmente conhecido como pernilongo. “No caso da febre do Nilo, o vírus envolvido na contaminação é do gênero Flavivirus. Já a encefalomielite equina é causada por um alphavirus, que se aloja no sistema nervoso central”, detalha a médica veterinária e gerente de linha de produtos para equinos da Ceva Saúde Animal, Baity Leal.

Recentemente, uma pesquisa brasileira identificou a presença do vírus da febre do Nilo Ocidental em Minas Gerais. As amostras analisadas pelo estudo também indicam a circulação viral no Piauí e em São Paulo.

A Febre do Nilo é uma zoonose que age diretamente na corrente sanguínea dos equinos, chegando rapidamente ao cérebro e à medula espinhal provocando sintomas como febre, ataxia, perda de apetite, depressão, perda de equilíbrio, contração muscular, paralisia facial, diminuição da visão, enrijecimento no pescoço, marcha confusa, convulsões, voltas em círculos e incapacidade para ingerir.

O diagnóstico definitivo da patologia deve excluir outras enfermidades neurológicas, como a raiva, e é feito por meio de exames laboratoriais. “O agravamento nesse caso é que não existe uma vacina para proteger os equinos do vírus do Nilo. Por isso, a prevenção engloba o controle de vetores e o isolamento dos animais afetados. Os animais acometidos sofrem com efeitos neurológicos graves e potencialmente fatais”, explica Baity. Outra patologia que tem os mosquitos como vetores e que causa quadros clínicos neurológicos de rápida evolução é a encefalomielite equina. Causada por um alphavirus, que se aloja no sistema nervoso central, a doença é  classificada em três grupos: leste (EEE), oeste (WEE) e venezuelana (VEE), o último é considerado raro no território brasileiro. A taxa de mortalidade entre os cavalos infectados é de 40-50%. Os animais acometidos apresentam quadros encefálicos e medulares que evoluem de maneira rápida causando sintomas, como andar em círculos, pressionar a cabeça contra objetos, ataxia, incoordenação motora e mudanças comportamentais.

Não há um tratamento específico para encefalomielite equina, os animais acometidos devem receber suporte com fluidoterapia e analgésicos, e os casos devem ser notificados para os órgãos sanitários da região. Neste caso, a prevenção é a melhor forma de proteger os animais. Pois os equinos acometidos dificilmente irão sobreviver ou recuperar completamente o seu desempenho. Além disso, a imunização auxilia na diminuição da circulação do vírus na propriedade.

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