Negócios

Carne para o exterior

Visando as exportações criador espera abater animais dentro de dois anos. Estamos numa corrida de mercado e não podemos perder tempo. Nosso produto tem de estar á venda o mais cedo possível, para não perdemos espaço para outros fornecedores.”Após essas palavras, o proprietário do Reino do Avestruz, de Bofete (SP), José Roberto de Lima, revelou que, em dois anos, pretende iniciar o abate de animais, cuja produção será voltada para a exportação. Lá, estima-se que o plantel nacional de avestruzes contará com 60 mil a 80 mil aves em idade de reprodução. Para ele será o começo da comercialização da carne brasileira, que as vendas externas absorverão cerca de 80%. “Os outros 20% servirão para trabalhar o consumo interno, que ainda considera a carne de avestruz um alimento exótico, dificultando sua rápida penetração comercial. Dessa forma, temos de oferta-la ás populações que a incluíram em seu cotidiano.”

Lima está no mercado de avestruz há 18 meses, quando começou a preparar as estruturas de sua fazenda para atender ás exigência da ave. Comercialmente, a entrada do Reino do Avestruz no setor ocorreu durante a última Agrishow , em Ribeirão Preto (SP), cuja participação procurou atrair o interesse de empresários dos agronegócio. Com o intuito de ser um fomentador da Estrutiocultura no Brasil, ele está em negociação com uma instituição financeira, em busca de linha de crédito para seus compradores. Em troca, sua empresa se compromete a fazer aplicações no banco, o que gerará uma parceria de Financiamento para os clientes do Reino do Avestruz. A idéia é disponibilizar até 40.000,00 para cada novo criador, com prazo de pagamento em três anos, com juros a 8,75% ao ano. “Isso possibilitaria a compra de 20 a 30 filhotes, que entrariam em produção no mesmo período que financiamento estivesse quitado”, comenta o proprietário, informando que as negociações com o banco encontram-se quase fechados.

Como recomendações para quem deseja entrar para o mundo do avestruz, Lima diz que uma análise dos últimos três anos do mercado de carne, couro e pluma de países que têm plantéis estabilizados, torna-se bastante ilustrativa. Claro que sempre é uma projeção, uma vez que o Brasil ainda não tem tradição nesse tipo de criação, mas que pode ajudar na decisão. Nos próximos três anos, ele acredita. Nas próximos três anos, ele acredita que o preço interno do quilo da carne estará entre US$ 15.00 e US$ 20.00, contra os atuais US$ 22.00 a US$ 25.00. Por sua vez, o valor de um filhote será e US$ 150,00, não mais US$ 800,00 como é hoje. “Para mostrar eficiência, o custo de produção até o abate tem de ficar por volta de US$ 150,00. Resultado: serão gastos US$ 300.00 para a produção e o faturamento por ave será de US$ 900.00, sendo US$ 600.00 de carne e US$ 300.00 da pele salgada, sem contar plumas.”

Atualmente, o Reino do Avestruz atua em duas linhas: criação e revenda de aves. Como acredita no mercado da carne, plumas e pele, Lima vem mantendo 50% dos animais importados em domínio próprio, como objetivo de garantir a formação de seu plantel de duas mil aves adultas, quando iniciará o processo de abate. A´te agora, a empresa conta com 80 animais adultos e está aguardando a saída de 170 filhotes da quarentena oficial do governo, em Cananéia (SP), que devem ser entregues no final de maio. Para a segunda quinzena de junho, outros 500 filhotes deverão ser incorporados no plantel do Reino do Avestruz. Para a engorda dos animais, no entanto, a empresa está e busca da melhor região brasileira para esse trabalho. Provavelmente, o Centro-Oeste será o local escolhido, uma vez que as terras em São Paulo são caras, impossibilitando a disponibilidade de grandes áreas por animal.

Segundo a gerente de Marketing, Patrícia Rozanelli, p trabalho de fomento do Reino do Avestruz tem a preocupação de oferecer as mais diversas informações a quem pretende iniciar sua criação. “Precisamos de pessoas que conheçam o mercado tenham noção de como é seu funcionamento. Temos de aproveitar o boom para mostrar não só o lado rentável, as a continuidade dos negócios. Avestruz não pode ser uma continuidade dos negócios. Avestruz não pode ser uma moda passageira, pois é um produto promissor e capaz desenvolver no mercado nacional”, comenta Patrícia, lembrando que o Reino do Avestruz também estuda uma maneira de agregar os criadores numa entidade que acompanhe todas as etapas de criação e comercialização para o plantel brasileiro. Á empresa é uma das participantes do Clube do Avestruz, idealizado pelo professor da Faculdade de Medicina Veterinária da USP e diretor da União Brasileira de Avicultura, José Américo Bottino, com a proposta de promover avestruz como ave comercial.

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