Pecuária

Rusticidade e precocidade que vem de berço

Para desenvolver um programa de cruzamento industrial em qualquer região do País, o pecuarista tem que decidir primeiro se o emprego de touros a campo é condição fundamental para viabilizar o negócio. Em caso positivo, ele terá que encontrar meios para aproveitar animais precoces que apresentam boa dose de rusticidade. Ao contrário do que muita gente pensa, esse critério não elimina as raças europeias. Muitas delas reúnem características que permitem o uso na reprodução a pasto sem grandes exigências de manejo. As raças de origem italiana, por exemplo, aparecem como umas das que mais se enquadram nesse perfil.

No Centro-Oeste, um trabalho que está seguindo esta filosofia e apresentando bons resultados é o do criador Luiz Fernando C. Mourão Crespo, na Verde Sol Agropecuária, Situada em Planaltina, GO. Em outubro de 94, o pecuarista comprou um touro e sete vacas Marchigiana num leilão em São José do Rio Preto, SP. O propósito inicial era testar a raça. A primeira prova foi colocá-la nas mesmas condições de criação do Nelore, que a fazenda já possuía. Depois de um ano, os animais apresentaram fantástico desenvolvimento, sem problemas de cascos ou infestação de parasitas. Mas ainda era preciso um novo teste. Então, Mourão colocou um touro Marchigiana em 60 vacas Nelores, por uma estão. Segundo o criador, 80% delas apresentaram prenhez: O touro sentiu, ,as trabalhou como nunca eu tinha visto em minha vida.

Isto incentivou Mourão a implantar um projeto de cruzamento industrial com 1.000 vacas Nelore, inicialmente, e 3.000 até 1999. A Verde Sol vai criar, recriar, engordar e terminar os animais em confinamento de 100 dias. A ideia é abater novilhos precoces F1, entre 18 e 22 meses, com no mínimo 18 arrobas.

Uma parceria com o frigorífico local permitirá que ele próprio distribua 20 cortes especiais embaladas a vácuo, numa rede de lojas próprias na capital federal.

Tradicional fornecedor de touros puros e cruzados, Renato Ometa, da Agropecuária Santana, de Araras, SP, é outro que aponta a rusticidade como saída para a obtenção do novilho precoce de forma mais econômica. A precoce de forma mais econômica. A preocupação com a resistência de seus produtores sem perder a precocidade não é sem razão, já que sua produção de tourinhos cruzados Marchigiana vai toda para estados como MT e GO.

Os puros também tem destino certo, com a maior parte da produção sendo absorvida pelo mercado nordestino, onde rusticidade também é requisito fundamental. Trabalho com a Marchigiana desde 1972, Ometo afirma que ração na fazenda, só em pequena quantidade e no período mais difícil da seca, mesmo para as matrizes puras.

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