Pecuária

O boi na linha de produção!

Desde a clonagem da ovelha Dolly e do bezerro Gene, muito já se falou sobre o assunto. Nessas discussões parece que o consenso entre criadores e interessados é que a prática desse sistema em animais será um valioso instrumentos para a seleção genética. Sobre o tema, uma indagação interessante é: como o mercado da seleção de bovinos se comportaria caso essa prática vi-es-se a tornar corriqueira, sendo utiliza em qualquer fazenda de gado de seleção?

Alguns acreditam que, isso acontecesse, o mercado se tornaria mais democrático, já que a multiplicação de animais com qualidade será intensa, devendo aumentar a oferta e diminuir os preços. Adquirir, então, animais clonados de qualidade superior deverá ser muito mais barato que no cenário atual, onde topes de raça são vendidos a preços elevados. Porém, mais que multiplicar uma determinada genética, a clonagem deverá ser utilizada como um como um grande instrumentos de seleção aliada à transferência de embriões e à inseminação artificial. Esse é o pensamento de Fernando Maiolino, criador de Piemontês e diretor da Superga, distribuidora de sêmen importado. Por esse motivo, ele acredita que não deverá comercializar seus animais de qualidade exemplar, pois senão, todos teriam a base de minha genética através da clonagem, explica. Ele produziria clones desses animais e com eles trabalharia com inseminação artificial e transferência de embriões para incrementar a variabilidade genética do plantel, garantindo melhorias. O filhos desses cruzamentos eu venderia, acreditando que essa comercialização seria como hoje acontece: melhores preços para os melhores animais, acredita.

Outro criador que confessa: jamais venderia sua galinha de ovos de ouro é Jaime dos Santos Miranda, Presidente da Associação dos Criadores de Nelore do brasil. Correia o risco de vender uma só vez e outras clonarem minha genética diversas vezes sem minha participação, afirma Ele vê com preocupação esse cenário de clonagem trivial: acho que os criadores que tem genética de ponta vão perder comercialização. Ele concorda que esse método é importante para preservação da genética, podendo até conservar clones de touros excelentes para a produção de material genético para a eternidade, mas na hora de efetuar qualquer venda nesse cenário virtual, ele pesquisaria o mercado para verificar se valeria a pena. Se não for compensatório, acho que vou clonar meus tops e comercializar o sêmen, imagina. Mas, temos que levar em consideração não só a oferta como também a procura. Não acho que teremos consumidores suficientes para o uso indiscriminado da clonagem. Teremos que pensar nisso, pondera.

Num primeiro momento, podemos até imaginar que os topes de genética não serão mais vendidos, devido ao risco da clonagem desses animais por terceiros, diz Jaime Miranda. Mas, para Leonardo Pinheiro Machado, da Pinheiro Machado Assessoria e Leilões, isso não deve acontecer. O trabalho de seleção não vai parar, pelo contrário, com mais essa técnica, o número de animais piores vai diminuir e dos melhores vai aumentar. O criador vai sempre querer chegar ao animal perfeito, afirma. E, com isso, vários animais perfeitos vão ser vendidos a preços altos, já que animais de qualidade devem valer mais, acredita. A impressão de todos é que a relação de valores não será a mesma de hoje, podendo ser o preço alto desse mercado hipotético de clonagem popularizada muito menor que o preço alto do cenário atual. A dúvida que fica é se alguém pagará por um animal as cifras astronômicas que estamos acostumados a ver nos leilões de hoje.

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