A florada do café já teve início, sendo a primeira de até três floradas que ocorrem geralmente entre os meses de setembro e novembro. Esse é um momento determinante para a cafeicultura porque definirá o potencial produtivo na safra de café 2024. No entanto, a fase também representa um período de grande vulnerabilidade ao clima.
Cada planta passa por uma série de processos fisiológicos complexos durante a florada. O cafeeiro precisa de um volume adequado de água das chuvas para que ocorra a hidratação das gemas reprodutivas, crescimento dos botões florais e posterior abertura das flores. O ideal é que haja uma florada uniforme, com a maior quantidade possível de flores que se tornarão frutos, representando assim um maior rendimento.
Porém, o atual fenômeno El Niño pode provocar chuvas irregulares, alta amplitude térmica e intensificar outras ameaças nas principais regiões produtoras de café. “A escassez de chuvas em algumas regiões pode comprometer o pegamento das floradas. Por outro lado, até o momento, a tendência climática indica maior frequência de passagem de frentes frias que podem provocar temporais e granizo”, analisa Guilherme Frezzarin, superintendente de agronegócios da FF Seguros.
Principais riscos
Embora o clima seja uma incógnita, existe a certeza de que intempéries como as chuvas de granizo e as geadas costumam gerar sérios prejuízos nos cafezais. O granizo é uma ameaça devastadora para as lavouras de café porque as pedras de gelo são capazes de causar danos diretos às flores e aos frutos, resultando na perda de rendimento. Além disso, as lesões nas folhas podem prejudicar os processos de fotossíntese do cafeeiro, afetando seu crescimento e desenvolvimento.
A incidência de geada também representaria perdas preocupantes durante a florada do café porque essa intempérie faz com que o cafeeiro seja impactado por uma temperatura abaixo de zero grau Celsius. Esse tipo de ocorrência pode congelar as flores e os brotos, levando à morte de partes da planta. Isso reduziria o potencial produtivo da safra 2024 e poderia prejudicar até a produção futura.
Foto: Divulgação FF Seguros / Contextualiza