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Risco de morte de bezerras é 2,25 vezes maior com colostragem ineficiente

Uma das etapas mais importantes e desafiadoras na pecuária leiteira é a fase de cria. Nela, vários cuidados de manejo são necessários para que toda a reposição genética aconteça e os animais possam se desenvolver saudáveis. Nesse cenário, a correta administração de colostro se destaca.

O levantamento realizado pelo programa Alta CRIA, idealizado pela Alta Genetics, revelou que a falha na transferência de imunidade passiva é um dos principais fatores relacionado a morte de bezerras. De acordo com o estudo, animais que com baixa eficiência de colostragem tem 2,25 vezes mais chance de não sobreviverem.

Isso porque ao nascer, os animais são incapazes de produzirem resposta imune suficiente contra os desafios encontrados, especialmente as doenças. Portanto, “um colostro de baixa qualidade deixa os bezerros expostos a diarreia e pneumonia, por exemplo. Além disso, mesmo quando não em casos extremos, essas doenças reduzem o ganho de peso diário das bezerras, e impactam diretamente na produção e na expressão genética desses animais”, explica o coordenador do programa, Rafael Azevedo.

O projeto observou a relação entre a qualidade, tempo e quantidade de colostro oferecido, com a incidência de doenças e mortalidade das bezerras. “Percebemos que do total de animais que registraram diarreia (44%) ou pneumonia (26%), na fase de aleitamento, o percentual de morte foi de 5%”, conta Azevedo.

No entanto, esses números mostram um grande avanço em relação ao levantamento do ano passando, onde a taxa de mortalidade das bezerras chegava em 10%. “O programa chega ao seu terceiro ano e temos visto um grande avanço nos resultados. Os produtores estão conseguindo enxergar seus números e perceber onde podem melhorar”, acrescenta o coordenador.

O trabalho também avaliou a relação das doenças com o ganho de peso ao desaleitamento. No caso do gado Holandês, quando não há registro de diarreia e pneumonia a média é de 837 g/d, mas esse valor pode cair para 749 g/d – perda de 88 g/d – se houver um ou mais casos no rebanho.

O levantamento foi baseado na coleta e análise de dados de mais de 70 fazendas em 10 estados brasileiros, totalizando mais de 19 mil bezerras avaliadas de outubro de 2018 a setembro de 2019. Desde o início do programa, a base de dados já passa de 40 mil bezerras analisadas.

O projeto coleta e gerencia os principais dados zootécnicos na fase de cria na pecuária de leite. Com o levantamento – fruto de questionários aplicados aos produtores e pelo envio de dados – é possível definir estratégias, realizar benchmarking, comparar resultados, além de ser um banco de dados valioso para o desenvolvimento de pesquisas no setor.

O trabalho surgiu com objetivo de levantar os principais índices zootécnicos na fase de cria, auxiliando no gerenciamento e permitindo um panorama de criação nacional de bezerras leiteiras. O projeto também conta com a participação de um seleto grupo de conselheiros e técnicos que discutem e trabalham os resultados e as inovação relacionadas a essa etapa.

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