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Doenças respiratórias ameaçam criação de suínos

Dentre as doenças que acometem os suínos, as respiratórias são as mais comuns. Estas ocorrem com maior frequência em granjas que praticam uma criação intensiva. As doenças respiratórias em suínos caracterizam-se por um quadro de pneumonia que na sua grande maioria é de origem bacteriana e/ou viral. A pneumonia provoca uma inflamação dos pulmões prejudicando todo processo de respiração dos animais e trazendo diversos prejuízos aos suinocultores.

“Os principais fatores de risco estão relacionados com o ambiente, manejo e condições sanitárias dos animais, como constantes oscilações de temperatura no interior dos galpões, manejo inadequado de cortinas, mistura de animais de várias origens, superlotação, vazio sanitário inapropriado, falhas nos processos de limpeza e desinfecção. Existe uma forte relação entre a incidência dos fatores de risco e a propagação do Complexo das Doenças Respiratórias dos Suínos (CDRS)”, explica o médico veterinário André Buzato, gerente técnico comercial da área de suínos da Vetoquinol.

Os quadros de pneumonias nos suínos apresentam-se de diferentes formas e intensidade, podendo acarretar diversos sinais clínicos, como tosse, febre, dificuldade respiratória, diminuição no consumo de ração, piora no desempenho zootécnico, choque endotóxico, morte, pleurite, pleurisia e condenação de carcaça nos frigoríficos.

Na suinocultura intensiva, as doenças respiratórias encaixam-se no CDRS. Uma doença respiratória grave, com aumento da morbidade, mortalidade e piora no desempenho zootécnico, especialmente nas fases de crescimento e terminação.

Dentre as doenças relacionadas ao trato respiratório, três se destacam e merecem atenção especial dos suinocultores e dos técnicos envolvidos na produção de suínos.

A pausteurelose é uma delas. Trata-se de uma infecção pulmonar que afeta os suínos através da bactéria Pasteurella multocida. Os animais apresentam broncopneumonia exsudativa, pleurite e dificuldade respiratória e pode ocorrer presença de abscessos nos pulmões. Os suínos acometidos se isolam, ficam deprimidos, diminuem o consumo de ração e, consequentemente, ocorre uma piora no desempenho zootécnico. A morte, quando ocorre, provavelmente é resultado do choque endotóxico e de falha respiratória.

Já a pleuropneumonia é causada pela bactéria Actinobacillus pleuropneumoniae. As formas superaguda e aguda caracterizam-se por um quadro de pleuropneumonia que pode provocar morte súbita com os animais apresentando sangue expelido pelas narinas e boca. Na forma crônica, observam-se aderências de pleura e pericárdio, focos encapsulados de necrose pulmonar. Os sintomas são febre (41°C), apatia, dificuldade para respirar e tosse profunda.

E, por fim, a Doença de Glässer é um doença infecciosa septicêmica que ser caracteriza por inflamação das serosas, podendo ocasionar pleurite, pericardite, peritonite, artrite e meningite em várias combinações. As perdas econômicas são devidas à mortalidade de leitões, elevado número de refugos entre os sobreviventes e à depreciação das carcaças dos animais afetados. O agente bacteriano envolvido nesta doença é o Haemophilus parasuis. Os suínos adoecem de forma súbita, apresentam perda do apetite (anorexia), febre e apatia. Dependendo do local das lesões, há diferente sintomas clínicos; tosse, dificuldade respiratória, claudicação e sintomatologia nervosa (tremores, incoordenação e decúbito lateral).

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