Agricultura

Nutrição vegetal contribui para redução de custos no canavial

Além do período ser de preços deprimidos no mercado internacional do açúcar, o produtor brasileiro se recente de uma forte elevação interna nos seus custos de produção. Estimativas de empresas que atuam na área dão conta de que, atualmente, o custo de produção da cana esteja na faixa de R$ 103 por tonelada, considerado um dos maiores já registrados no setor canavieiro. A análise foi feita em palestra proferida pelo agrônomo Carlos Eduardo Faroni, executivo da Biosev, no VIII Abisolo Fórum e Exposição Internacional Tecnologia & Integração, promovido pela ABISOLO – Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal, em Campinas-SP.

 

“Para contrabalançar essa elevação generalizada de custos, que ameaça corroer a produtividade dos produtores, é necessária a utilização de bons insumos nas lavouras. E é nesse contexto que se encaixa a nutrição vegetal”, observa o palestrante, adiantando que existem alguns indicadores que comprovam a eficácia dos fertilizantes especiais no aumento da produtividade. “Um número aproximado de uma estimativa feita por produtores indica que, para cada R$ 1 utilizado em aplicações de nutrição foliar, há um retorno de R$ 4,00 para o produtor”, informa o executivo da Biosev, cuja palestra teve como tema Ganhos de Produtividade na Cana-de-Açúcar a Partir da Aplicação de Nutrientes via Folha.

 

Ele faz, no entanto, uma ressalva: é preciso muito critério e detalhada análise antes de se fazer as aplicações de nutrição foliar, por exemplo. “De nada adianta investir no uso da nutrição vegetal em canaviais estressados por falta de água ou solo empobrecido”, afirma. Com a avaliação de Faroni concorda outro palestrante do Fórum, o professor Carlos Alexandre da Costa Crusciol. “O que é necessário é encontrar um equilíbrio nutricional. Como os compostos estão cada vez mais complexos, o recomendável é manter a frequência na pulverização de nutrientes nas folhas. Se você coloca muito nutriente, a planta se intoxica, pois vários dos seus organismos não consegue absorver integralmente os nutrientes. Eu diria que nós temos de praticar quase que uma nutrição homeopática”, arremata Crusciol, que é professor da Unesp de Botucatu-SP.

 

Outro palestrante do Fórum, João Pascoalino, diretor do CESB – Comitê Estratégico Soja-Brasil, aprofunda a avaliação de que um ambiente estressante para as plantas reduz os bons efeitos da nutrição vegetal. “Um fator que impede o bom aproveitamento das novas tecnologias de nutrição vegetal é o fato de a lavoura ter um solo compactado demais”, observa. Acrescenta ainda que um solo compactado resulta em menos infiltração de água, que colabora para aumentar o estresse hídrico da planta e também dificulta um melhor enraizamento, levando a planta a gastar muito mais energia para alcançar maior profundida, o que resulta em menos energia para os grãos e, consequentemente, menor produção.

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