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Quadriciclo: morro a cima e morro a baixo

O veículo já até desatolou um carro pelo fato de ter tração 4×4 e capacidade de puxar de 400 quilos (kg) a 500 kg de peso.

Em solo norte-americano que o criador conheceu o quadriciclo, e por lá o veículo era bastante comum como uma ferramenta de trabalho, inclusive a área de implementos a ser utilizado pela máquina.

“Ao confiar mais no sistema de suspensão, você vê que essa máquina anda em qualquer tipo de terreno, em qualquer tipo de declive, buraco ou inclinação”, diz Villaça.

A região compreendida por Bragança Paulista, Vargem e Joanópolis, no interior do Estado de São Paulo, é belissimamente acidentada – morros e serras circundam a área, que também conta com a barragem do rio Jaguari no centro desses três municípios para tornar a paisagem ainda mais ideal de se ver. A criação de cavalos foi o que iniciou os trabalhos no rancho da família de Ricardo Guerra Villaça, médico veterinário e criador de Quarto de Milha de apartação – e atividade se adaptou muito bem. “Para a criação de cavalos, nós temos uma topografia boa”, avalia o criador, “pois ela ajuda os animais a desenvolverem toda a sua musculatura. No entanto, para nós fazermos um check-up nos animais diariamente, verificar se estão bem, se as éguas pariram, se os potrinhos estão bem, fica difícil fazer isso a pé, ou mesmo com apoio de um cavalo”.

Foi justamente nesse contexto que o quadriciclo se tornou uma ferramenta de trabalho fundamental e indispensável para Villaça. O veículo em questão é o TRX 420 FourTrax, saído da linha de produtos de motos da Honda. O equipamento fora uma aquisição bem recente do produtor, cerca de quatro meses, e tem se mostrado muito útil aos trabalhos da propriedade.

Aplicações

Entre as utilizações com o quadriciclo na propriedade, podem ser destacados a verificação diária dos animais no pasto, o auxílio à limpeza das cocheiras (com uma carreta acoplada ao quadriciclo), o transporte de esterco para longe das cocheiras para evitar problemas de infestação de moscas, e, também, o transporte de mourão para eventuais reformas de cerca. “Além disso faço o uso do quadriciclo como um veículo de transporte mesmo, para percorrer toda a propriedade, pra cima e pra baixo… É uma saída mais fácil de se locomover devido a topografia da região. O veículo também ajuda nas rondas noturnas pra verificação dos animais e se a propriedade está segura”, destaca.

Um fato interessante, descrito por Villaça, é que há locais no rancho que mesmo com cavalo é impossível de se chegar, já com o quadriciclo, esse trajeto foi possível. “Dependendo da condição climática, depois de uma chuva, nós não conseguimos chegar com o cavalo, porque o terreno fica muito liso e perigoso (…), então o quadriciclo resolveu esse problema facilmente”, afirma. O veículo já até desatolou um carro pelo fato de ter tração 4×4 e capacidade de puxar de 400 quilos (kg) a 500 kg de peso, segundo o proprietário.

Em solo americano

A história desse criador de Bragança Paulista teve episódios também narrados nos EUA, onde ele começara a faculdade de medicina veterinária. Foram idas de vindas para aquele país que ele acabou conhecendo melhor a genética do Quarto de Milha, a partir do trabalho desenvolvido em Buffalo Ranch, em Fort Worth, no Estado do Texas.

De lá, Villaça trouxe a genética para ser desenvolvida aqui no Brasil, e, desde então ele trabalha na área de reprodução, inseminação e transferência de embrião, como o Quarto de Milha direcionado para apartação. O plantel é de sete éguas e quatro garanhões – que ficam ora em áreas de treinamento, ora em centrais de coleta de sêmen ou embrião. “Optamos em trabalhar com um número pequeno de animais de alto valor agregado. Hoje também temos Nelore puro de origem (PO) e livro aberto (LA), para fazer bezerro para geração de touros para melhorar a genética de produtores de gado da região”.

O plantel bovino é constituído por volta de 30 matrizes e um reprodutor, Pontal (PONT 228), filho direto do 1646 da MN. Desse patrimônio, saem cerca de 28 bezerros por ano, sendo 50% machos e 50% fêmeas.

Foi também em solo norte-americano que o criador conheceu o quadriciclo, e por lá o veículo era bastante comum como uma ferramenta de trabalho, inclusive a área de implementos a ser utilizado pela máquina. “Quando voltei para o Brasil, eu não tinha visto ninguém trabalhar com o quadriciclo, ainda não fazia parte de nossa cultura ter essa máquina para ajudar nos serviços de campo”.

Foi a partir de campanhas publicitárias na região e também por poder dirigir o quadriciclo de vizinhos que Villaça decidiu definitivamente que precisava de um na propriedade dele. “Depois que a Honda começou a revender esse quadriciclo, eu resolvi adquirir uma unidade. Já tive uma ótima experiência com ele nos EUA, agora tenho uma experiência melhor ainda aqui em casa. (…) É uma máquina que otimiza muito o serviço e facilita muito o nosso trabalho no dia a dia”, avalia.

A direção do veículo

Em termos de dirigibilidade, de acordo com Villaça, é muito mais fácil de dirigir uma moto – palavra de quem já concorreu em pistas de motocross. Por possuir quatro marchas, e uma marcha ré, e pelo fato de ter quatro rodas, o criador avalia que não há perigo de desequilíbrio. “O que temos de prestar atenção é em não tirar o pé da pedaleira, como é de costume na condução de uma moto. Quando você passa em um buraco, e o quadriciclo pende um pouco para um determinado lado, a tendência é tirar o pé e por no chão – isso é errado, pois devemos aprender a deixar a suspensão do quadriciclo trabalhar. (…) Ao confiar mais no sistema de suspensão, você vê que essa máquina anda em qualquer tipo de terreno, em qualquer tipo de declive, buraco ou inclinação”, diz.

Futuros implementos

No rancho há uma pista de apartação para os cavalos, a qual possui 10 centímetros de areia, e ela precisa ser mantida sem buracos, diariamente, pra não machucar os animais. Quando estava nos EUA, ele tinha visto um tipo de rastelo que fazia justamente esse trabalho. Sem opções aqui no Brasil, Villaça esboçou um desenho desse implemento, a partir de fotos que ele tirara, e, com a ajuda de um profissional da área de soldagem e serralheria, irá desenvolver esse implemento. “Isso nada mais é do que um rastelo que mantém o chão da pista com uma angulação perfeita – ou seja, mais nivelado possível, de uma forma, perfeita, que é o que a gente precisa para treinar os nossos cavalos”. A ideia também para o futuro é ter uma frota de três quadriciclos, tanto para o trabalho como para o lazer.

Transporte seguro

Um implemento comum para o quadriciclo pode ser uma pequena carreta para transporte de produtos e itens pela propriedade. Nesse sentido a linha de reboques da linha Easy, da Boxcar, se tornam uma opção a classe rural. De acordo com a empresa os implementos foram desenvolvidos para utilização em áreas privadas, como sítios, chácaras, fazendas, resorts, condomínios residenciais e industriais.

A estrutura do reboque é feita em aço e a caçamba é moldada em polietileno de alta densidade que recebe em sua composição antioxidantes capazes de proteger contra os efeitos danosos dos raios solares UV-B.

Geralmente, nos quadriciclos usa-se o engate bola e nos tratores cortadores de grama o engate é pino duplo ou simples. A pintura a pó texturizada no chassi possui uma espessura da camada de tinta é maior do que a convencional, aumentando a proteção do chassi contra oxidações e riscos.

Entre os modelos estão o Easy 200, com capacidade para 200 kg (rebocável apenas por tratores cortador de grama), o Easy 300, com capacidade para 300 kg (rebocável por tratores cortador de grama, quadriciclos e carrinhos elétricos), e o Easy 600, com capacidade para 600 kg (rebocável por quadriciclos). Entre os acessórios estão uma grade extensora, uma lona ou tela elástica para melhor realizar o transporte dos materiais pela caçamba.

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