Agricultura

Tomate: começa safra de verão

Para garantir a qualidade da colheita, o produtor deve ficar atento na escolha das sementes, manejo do solo e projeto de irrigação. É final de inverno. Tomaticultores dos estados do Sul e Sudeste já planejam a próxima safra e preparam suas terras para receber as mudas, que estão sendo formadas nos viveiros.

A produção de tomates para consumo in natura supera 3 milhões de toneladas por ano e emprega 2 funcionários diretos por hectare, de acordo com o Agrianual 2007. As três principais áreas de produção de verão, segundo o Cepea/Hortifruti, são Itapeva, em São Paulo, com 32 milhões de pés plantados; Caçador, em Santa Catarina, com 17 milhões e Venda Nova do Imigrante no Espírito Santo, com 5 milhões de pés.

Em Caçador, para a safra que começa há previsão de aumento de plantio. “Na safra passada atingiu-se a marca de cerca de 10 milhões de plantas, que deve saltar para 12 milhões de plantas para esta safra”, constata o pesquisador da Epagri, Siegfried Mueller. Mueller observa que pode haver uma possível queda de rentabilidade do produtor em função do aumento da área. Esta possibilidade só não ocorrerá – acrescenta – “se houver um aumento do consumo da fruta, que tem registrado crescimento, principalmente, porque estão disponíveis no mercado, frutos de cultivares melhores e com mais sabor, o que ajuda na hora da compra”.

Cuidados

Os cuidados fitossanitários na cultura do tomate representam um capitulo à parte. Quem ainda não comprou as sementes para começar a safra, deve atentar para a aquisição de produtos com maior tecnologia, que agregue resistência às principais pragas e doenças da cultura, pois, principalmente no verão, o tomate é alvo fácil delas. “A produção de mudas atualmente exige alta tecnologia para que o produtor receba uma planta sadia”, informa Mueller. “Os viveiros mais tecnificados para produção de mudas de tomate que irão para Caçador estão localizados em São Paulo ”, diz. Segundo o pesquisador, praticamente todas as mudas de tomate plantadas em Caçador são provenientes deles.

Parte das doenças pode ser controlada com o uso de sementes com resistência às doenças, como nematóides, algumas doenças fúngicas e viroses. Entre elas, a mais prejudicial diz respeito aos geminivirus, de difícil controle. O engenheiro agrônomo Flávio Leal, da Seminis, esclarece que “tais transtornos podem ser evitados com um solo devidamente cuidado e o plantio de cultivares com alta tecnologia como os tomates Styllus, Densus, TY Fanny e Paty, da Seminis, pois a qualidade traz maior segurança na colheita”.

Água e Solo

“O tomaticultor deve escolher um sistema de irrigação que otimize o uso hídrico”, orienta Leal. O tomate necessita de complementação de água por meio de irrigação nos períodos mais secos. A quantidade de água a ser aplicada na cultura bem como a forma de aplicar pode aumentar a produtividade, mas também pode ser motivo de doenças. “A umidade excessiva facilita a entrada de doenças fúngicas e bacterianas e pode lixiviar os nutrientes aplicados”, explica o engenheiro agrônomo.

Vale ressaltar que mesmo com o uso da mais avançada tecnologia em sementes e irrigação, nada terá resultado se o solo não for bem cuidado. “Um solo fértil, com matéria orgânica de boa qualidade e na quantidade indicada pela análise de solo é a base para receber a planta, que, sadia e bem nutrida, resultará em alta produtividade e lucratividade ao produtor”, indica Leal.

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