Agricultura

Algodão: plantas daninhas competem com a cultura

As espécies daninhas podem germinar, crescer, desenvolver-se e reproduzir em condições ambientais pouco favoráveis, como em estresse hídrico, umidade excessiva, temperaturas pouco propícias, fertilidade desfavorável, elevada salinidade, acidez ou alcalinidade.

As plantas daninhas constituem-se, também, num problema sério para a agricultura porque se desenvolvem em condições semelhantes às das plantas cultivadas. Se as condições edafoclimáticas são propícias à lavoura, o são também para as espécies daninhas, mas, se as condições ambientais são antagônicas às espécies cultivadas, as espécies daninhas, por apresentarem elevado grau de adaptação, podem aí sobreviver e se perpetuar muito mais facilmente.

As plantas daninhas reduzem a produção das lavouras e aumentam seus custos de produção, mas podem, também, causar problemas de ordem social afetando a saúde, as residências, as áreas de recreação e a manutenção de áreas não cultivadas. Além desses aspectos, as plantas daninhas podem afetar a eficiência da terra, o controle de pragas e doenças, produtos agrícolas, o manejo da água na irrigação e a eficiência humana.

O algodoeiro, como qualquer planta cultivada, não se desenvolve de maneira isolada, mas com plantas de sua espécie e de espécies diferentes, em populações estreitamente espaçadas e intimamente relacionadas. Na fase de plântula, um espécime não altera o estabelecimento de outro da mesma ou de espécie diferente. A interferência de uma planta sobre outra se inicia quando a demanda, por um ou mais fatores de crescimento, é maior que o suprimento.

Denomina-se período crítico de competição o período no qual a presença de plantas daninhas reduz expressivamente o rendimento das plantas cultivadas. Trabalhando com algodão em regime de sequeiro, pesquisadores definiram o período crítico de competição entre as plantas daninhas e o algodoeiro no Estado de Minas Gerais. Para o cerrado do Triângulo Mineiro, o período crítico de competição é entre o plantio e a sexta semana após a emergência. No Norte de Minas, este período se configurou entre as quarta e oitava semanas após emergência.

A erradicação é um desafio e consiste na eliminação de todas as plantas e seus órgãos, inclusive das sementes. Este método é difícil de ser realizado, e só é economicamente viável em pequenas hortas e jardins, onde toda massa do solo (1,2m a 2m de profundidade) é removida ou peneirada; no caso de plantio extensivo de culturas é quase impossível o uso da erradicação, pois os custos seriam bastante elevados.

Já o controle é o método mais utilizado de combate de plantas daninhas na agricultura e consiste em interromper temporariamente o crescimento e o desenvolvimento das referidas plantas durante o ciclo da cultura, especialmente no período crítico de competição.

Há várias formas de se fazer o controle:

Controle Mecânico – Este tipo de controle pode ser manual, através de cultivo a tração animal ou tratorizado.
Preparo do solo – O método pode se mostrar um eficiente meio de controle de plantas daninhas, podendo ser realizado com o solo seco ou úmido. O aspecto mais importante neste método é o uso correto do implemento a ser utilizado.

Controle à enxada – A enxada é um dos implementos mais utilizados no controle de plantas daninhas na cultura do algodoeiro, especialmente nos países e regiões pobres onde a mão-de-obra é abundante e os custos, baixos. No uso da enxada, os aspectos mais importantes a serem considerados são a profundidade do corte e a época da capina. A profundidade da capina deve ser o mais superficial possível, 3 cm no máximo, para não danificar as raízes do algodoeiro. A limpa superficial deverá ser iniciada logo que as plantas daninhas germinem, pois nesse estágio elas são mais susceptíveis ao controle, não sendo necessário aprofundar a operação.

Controle a Cultivador – O uso de cultivador ainda é o método mais utilizado na cotonicultura. Neste método, recomenda-se levar em consideração, também, a profundidade e a época de operação. Os cultivos devem ser concentrados no período crítico de competição e a operação deve ser iniciada após plantio, dependendo do grau de incidência e se prolongar até os sessenta dias da emergência. Semelhantemente ao processo manual, o agricultor cultivará superficialmente, não excedendo 3 cm de profundidade. Há evidências, na literatura, de que quanto mais amplo o espaçamento, menor a concentração de raízes em torno das plantas e maior o entrelaçamento de raízes nas entrelinhas. Espaçamentos mais largos cultivos mais rasos, portanto.

Controle Químico – Este tipo de controle é realizado através do uso de herbicidas que são produtos químicos que, aplicados em concentrações convenientes às plantas daninhas, matam ou retardam o seu crescimento em benefício das plantas cultivadas. É o método mais empregado na cotonicultura do cerrado. Os herbicidas podem constituir-se num insumo de grande eficiência no controle de plantas daninhas. A Figura 5 ilustra o efeito de herbicida na dessecação da cultura de cobertura no plantio direto em algodoeiro no cerrado goiano.

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