Agricultura

Algodão: mercado está cada vez mais exigente

A fibra do algodão, que era classificada por técnicos treinados e experientes, passou a sê-lo por diversos aparelhos para se analisar as características físicas da fibra, entre eles o fibrógrafo (analisa o comprimento e a uniformidade de comprimento), o micronaire (determina finura e maturidade) e o estelômetro que, além de analisar a resistência da fibra, determina também seu alongamento. Com a necessidade de modernizar e torna cada vez mais rápido o processo de classificação da fibra em curto período, surgiram os novos equipamentos HVI ” High Volume Instruments” , através dos quais as fiações de algodão passaram a receber um volume maior de informações sobre cada fardo consumido.

A indústria têxtil nacional exige fibras médias, longas e extralongas com as características que a indústria considera ideais para fibra, cada vez mais finas e resistentes, que possam ser fiadas em rotores de alta velocidade. Nas fiações modernas devem apresentar índice de micronaire na faixa de 3.5 a 4.2 mg/in e resistência em HVI superior a 24gf/tex.

O processo de beneficiamento e embalagem é a fase que antecede a sua industrialização. Os diferentes tratamentos de pré-limpeza da fibra podem influir sobre a qualidade comercial e industrial do produto têxtil. É recomendável que o algodão em caroço, oriundo da colheita manual e mecânica, esteja, ao entrar na usina de beneficiamento, com um nível de impurezas isento de contaminação de pragas e doenças, além de apresentar grau satisfatório de maturidade vários são os modos de se fazer o beneficiamento do algodão, os quais dependem do grau de desenvolvimento e da tecnificação da cultura em cada país. O produtor que dispuser de uma usina, pode beneficiar sua produção, já o produtor que não beneficia sua produção paga uma tarifa a empresas comerciais ou cooperativas pela operação de descaroçamento, ficando com ele apenas a semente e a fibra. Há também duas maneiras de o produtor vender sua produção de algodão em caroço: diretamente ou através de intermediário a uma usina, que passa a ser proprietária da semente e da fibra.

Por esta diversidade de modos, é difícil determinar, de forma agregada, o custo real da operação de beneficiamento do algodão. No Brasil, a embalagem de algodão é processada pelo sistema de módulos, que consiste na prensagem do algodão recém-colhido em módulos compactos, formando fardos com peso entre 7 e 10 toneladas, prensados e identificados por uma etiqueta onde deve conter número de fardos, peso, número de lote, data e nome da usina, para serem conduzidos ao depósito e, posteriormente, transportados à indústria de fiação, sem nenhum tipo de amarração feito no campo ou na usina de beneficiamento.

Este sistema é adotado nas grandes lavouras das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil. O sistema de transporte e descarga do algodão em caroço dentro da usina consiste na remoção da matéria-prima das tulhas, reboque ou fardos para alimentação da unidade de descaroçamento de forma constante e uniforme, por meio de sistema pneumático e mecânico.

Os preços de comercialização do algodão são determinados no mercado internacional. Considerando-se as constantes alterações que ocorrem no mercado de algodão, é importante que o produtor se posicione quanto à situação atual e futura do mercado mundial, bem como analise suas condições de produção. Além disso, por possuir a fibra do algodão um custo de produção elevado e forte competição com as fibras sintéticas, os países que utilizam maior nível tecnológico na produção são, em geral, os que conseguem influenciar mais fortemente na determinação do preço de produção.

A comercialização da produção de algodão constitui uma das etapas mais importantes da atividade algodoeira, pois é nela que se concretiza a receita que irá fazer face aos custos de produção e o excedente destinado à manutenção e reprodução da força de trabalho do cotonicultor e de sua família.

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