Negócios

O futuro do “off road”

Técnicos, usuários e fabricantes reúnem-se em São Paulo, durante quatro dias, para delinear tendências tecnológicas.

O Brasil revela uma indústria crescente no setor de máquinas agrícolas, competitividade, bom consumo e exportação crescente. A isso pode ser somado à presença de grandes players no mercado interno e produtos atualizados. “Ainda assim, o país enfrenta diversos desafios”, afirma Gábor J. Deak, presidente do Comitê Off Road no Congresso 2001 SAE BRASIL.

O encontro e exposição, que serão realizados em são Paulo, entre 19 e 22 de novembro deste ano, com o tema central “A Engenharia no Início do Milênio – Mobilidade e Conectividade”, pretendem reunir 12 mil visitantes, entre participantes brasileiros e internacionais. Ao longo do congresso serão apresentadas 181 trabalhos técnicos, além de painéis, fóruns e conferências temáticas.

Neste ano, acontece a segunda participação da área off road no congresso, com destaque para os segmentos agrícolas e de construção. No dia 12, por exemplo, os participantes discutirão o mercado off road presente e futuro, as expectativas do cliente off road e a visão da montadora sobre tendências tecnológicas do mercado off road.

O objetivo do encontro para essa área específica consiste em formar massa crítica e criar condições para discussões. Exatamente por isso, participarão a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos e Automotores (Anfavea) e Associação Brasileira de Máquinas e (Abimac); clientes representados por grandes usuários do off road nos setores agrícola e de construção; fabricantes; e fornecedores.

Gábor explica que a situação do mercado brasileiro off road é semelhante a vivida por montadoras, ou seja, há um número de fabricantes muito amplo para o mercado. Como conseqüência, a solução encontra-se na exportação. Mais ainda: o quadro atual mostra diferenças em relação às expectativas que havia na década de 70.

Naquela época, calculava-se que o país comportaria 100 mil tratores agrícolas. Por volta de 1976, o mercado registrava 70 mil tratores em uso. Já no ano passado, esse número baixou para 28 mil tratores. Gábor assegura que essa redução pode ser explicada por determinados fatores.

Por exemplo, houve racionalização por parte dos fabricantes e também no perfil do usuário. “Hoje, a agricultura é mais profissional”, garante. Sabe-se da importância da racionalização do uso de máquinas e equipamentos agrícolas, assim como da adequação do uso. Concorre também para formar a nova cultura do campo o fato de que as linhas de financiamento e a economia sofrem fortes modificações desde os anos 90.

Na opinião de Gábor, atualmente o Brasil possui um mercado profissional, com grande diversidade de produtos, o que oprime competitividade. Isso pode ser comprovado com as exportações do país para o restante da América do Sul e também para os Estados Unidos, especialmente no nicho de médios e pequenos tratores.

A produção de tratores no passado somou 28 mil máquinas, das quais 20% foram exportadas. No ano anterior, 12,4% de 27,3 mil máquinas destinaram-se ao mercado externo. E, em 1999, 11% da produção de 20,8 mil tratores. “Para um país em questionamento sobre como vai crescer, trata-se de um bom resultado”, afirma ele. A expectativa de crescimento esbarra, porém, na continuidade de financiamento do governo e no aumento da competitividade nacional.

Mário S Guitti, vice-presidente do Comitê Off Road, explica que a indústria busca criar veículos mais modernos, tecnologia que facilite o trabalho do operador, máquinas mais eficientes, comando hidráulico e climatação e redução nos custos de operação. “Hoje, o mercado brasileiro é direcionado pelo cliente e não mais pelo fabricante”, garante. Ambos garantem que a SAE Brasil quer ser palco de debates para os clientes, com foco específico em tecnologia, sistemas e equipamentos para usuários. E reforçam a postura de que o Brasil precisa exportar equipamentos com tributação e logística de exportação.

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