Pecuária

Genética – Canchim discute o “padrão do novo milênio”

Com a participação de cerca de 200 pessoas, entre técnicos, criadores e estudantes, aconteceu dia 2 de junho, na Embrapa de São Carlos, a 4ª Convenção Nacional do Canchim. Um dos focos do programa foi o debate sobre o novo padrão racial denominado de Canchim 2000. O outro ponto, a apresentação de palestras técnicas e mercadológicos.

Segundo o presidente da ABCCAN, Peter Baines, a realização deste tipo de evento é importante para que todos os que trabalham com a raça, sejam criadores, técnicos ou simpatizantes, possam promover um grande Workshop de debates e trocas de idéias, a fim de aprimorar a criação e o criatório.

O debate em torno do novo padrão racial foi sem dúvidas o tema de maior importância do encontro. Segundo Baines, antigamente a seleção genética era feita muita na base do visual. Aquele que parecia maior, mais gordo era com certeza, o melhor. “Não se olhava o ganho de peso, precocidade e rusticidade”, lembra o criador. Baines conta que a primeira importante mudança que ocorreu no Canchim foi após a vinda de um jurado americano, em 1992. Pela escolha dos animais campeões e a demonstração do que deveria ser animal para o mercado, a indicação do jurado fez com os criadores começassem pensar sobre o assunto.

O ex-presidente da associação, João Paulo Marques Canto Porto, diz que depois deste momento, reuniu o corpo técnico e começaram a idealizar o novo padrão racial que é uma visão do que já havia sido lançado em 93. “Realmente, tivemos um novilho que seja precoce. Por isto foi definido que fora da questão fenotípica, precisa ser um reprodutor que produza na sua progênie, animais capazes de estarem prontos para o abate aos 24 meses com peso mínimo de 460 kg e espessura de gordura externa de 3 mm a 10 mm.

O engenheiro agrônomo Maurício Mello de Alencar, da Embrapa Sudeste, berço da raça, diz que o Canchim já evoluiu muito do seu início para cá. O processo de seleção foi muito grande tanto que hoje se busca estabelecer um padrão que mostra eficiência produtiva, qualidade de carcaça e que não seja muito exigente. Já o pesquisador Pedro Francklin Barbosa, afirma que o Canchim com esta nova opção racial está se moldando para uma genética mais objetiva, prática. “E o grande instrumento disto é o programa de melhoramento genético que estamos desenvolvendo em conjunto com a Embrapa Centro Oeste, no qual adotamos os critérios de seleção através da DEP”, afirma.

Peter Baines, lembra que com todo este processo a raça conseguiu lançar agora, um sumário de touros que justamente vai ajudar no processo de seleção dos criadores. “Queremos espalhar o Canchim pelo Brasil, mas tem que ser um produto que tenha qualidade e que entre no mercado para ficar, e não para ser moda”, concluiu o presidente.

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