Pecuária

Preço do leite inibe investimentos em inseminação artificial

Num total de 5.893.343 doses vendidas, o mercado de inseminação artificial obteve, em 1998, um crescimento de 14,40% sobre 1997. Um índice com 6,4% a menos do que o previsto pela diretoria da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) para o período. Como principal pela meta não alcançada, o presidente da entidade, Dorival da Cruz, aponta o baixo valor do leite praticado ao produtor, regulado diretamente pela importação de produtos lácteos via Argentina. Segundo ele, isso fez com que as fazendas garantissem a reprodução com monta natural ou com sêmen mais barato. ” Houve um desestímulo aos investimento em genética. Uma constatação ruim para a pecuária nacional, pois o Brasil ainda precisa de material provado para elevar a qualidade de seu rebanho.”

Se o ano passado concretizou as expectativas depositadas no setor, 1999 começou em escala pior, motivada pela desvalorização do Real. A situação que provocou tamanha insegurança no setor, que vem sendo combatida com otimismo pelas centrais. Mesmo trabalhando com o dólar mais caro, muitas empresas não repassaram ou transferiram o mínimo da alta ao preço do sêmen, principalmente das doses mais utilizada pelos pequenos e médios produtores. “Somos contra o espírito derrotista e o fantasma do câmbio não vai nos abalar. Vamos esperar com otimismo, trabalhando com seriedade, que essa realidade vai melhorar mais rápido imaginamos”, enfatiza Cruz. Fora isso, o relatório 98 da ASBIA não apresentou grandes novidades. No ranking de centrais, a Pecplan ABS levou a melhor tanto em sêmen importado quanto nacional, com a venda de 372.443 (13, 24%) e 975.252 (31,66%) doses, respectivamente. O Nelore encabeçou a listagem das raças de corte, num total de 786.931 doses, detendo 13,35% – o Red Angus ficou com 11,28%; o Limousin com 7,45%; e o Simental 6,84%.

No leite, o Holandês disparou com uma comercialização de 1.955.561 doses, fechado com 33,18% – o Jersey participou com 4,02%; o Gir leiteiro com 3,89%; e o Pardo Suiço com 1,90%. Por fim, a genética dos cinco touros mais vendidos obedeceu a seguinte ordem: o Red Angus Buffalo Cheek Hobo, da Pecplan, com 40.626 doses; o Limousin Coco, da Araucária, com 39.942; o Holandês Loubel Black Fellla ET, também da Semex, com 33.282; e o Holandês Etazon Pavlljon, da Holand Genetics/Lagoa da Serra, com 33.134.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *