Pecuária

Montana vai entrar na briga!

Em 1999, os 19 franqueados do Programa de Desenvolvimento do Composto Tropical Montana, uma tecnologia promovida pela CFM / Leachman, devem ofertar no mercado de bovinos de corte cerca de 350 tourinhos. O anúncio, feito durante o Dia de Campo, realizado no final de Fevereiro, na Fazenda Madeiral, em Presidente Epitácio, é a prova dos primeiros resultados desse trabalho, que teve início em 1994 – ano passado, chegou – se à produção de 160 touros, mas muitos foram aproveitados para o uso nas próprias fazendas franqueadas. Das 350 cabeças a serem comercializadas, aproximadamente 100 estarão no 1º Leilão Montana, agendado para Setembro, em Rio Preto. ” Em 1999, temos boi para vender”, pontua o coordenador de Pecuária da CFM / Leachman, Fábio Dias.

No Montana é um produto composto, formado pela mistura de quatro a oito raças, sempre mantendo a combinação de quatro grupos biológicos: Nelore, que funciona como base do programa – praticamente todas as fêmeas introduzidas no projeto eram Nelore; adaptados, especificamente as bos taurus, que melhor se ajustaram às condições tropicais ( Senepol, Belmont Red, Tuli, Bonsmara, Romo Sinuano, Caracu e Pintangueiras); as Britânicas, destacando a precocidade em acabamento e puberdade (Red Angus e South Devon); e Continentais, originária da Europa continental, que prioriza musculosidade e habilidade materna (Simental e Gelbvieh). ” É o que acreditamos ser a melhor recita para manter a heterose”, diz o diretor – presidente da Agropecuária CFM Ltda., Joseph Purgly. De porte médio, mocho e variações de tonalidades avermelhadas, o Montana é um produto totalmente brasileiro, pensado para atender as exigências que o clima tropical impõe aos animais. De acordo com o diretor Geral da Leachman Catle Co., Lee Lachman, cruzamentos sem critérios correm o risco de não produzir carne uniforme, sucumbindo numa salada de raças sem homogeneidade. Responsável pelos programas de desenvolvimentos de composto da empresa na Austrália, Nova Zelândia, Brasil, Argentina e Estados Unidos, afirma que o Montana é formado para atender as exigências de clima do Brasil, somando a disposição para monta natural. ” Os cruzamentos compostos apresentam vigor híbrido mais elevado que as demais misturas, apresentando de 80% a 90% de heterose. O objetivo do nosso trabalho é fornecer touro adaptado, com resultados próximos ao F1″, acrescenta.

Resultados práticos

No Dia de Campo da Fazenda Madeiral, que contou com a presença de mais de 400 pessoas, o gado Montana mostrou sua potencialidade. Lá, o Programa teve início em 1994 e os resultados passaram a se concretizar em 1998, quando puderam ser avaliados os primeiros filhos e filhas de touros Montana em vacas Nelore e F!. Os 30 machos, nascidos em Setembro e Outubro de 1997 desmamaram com sete meses, com média de 225kg, depois de criadas em Creep Feeding nos 69/90 dias finais. Daí, sem aparte, passaram para o confinamento e, completando entre 14 e 15 meses, chegaram ao abate. Os 20 animais mais desenvolvidos foram abatidos em Dezembro do ano passado, com 17,3@ e 56,3% de rendimento de carcaça. O fundo (10 cabeças) entrou no semi – confinamento, indo para o pesando 15,5@. O custo de produção no confinamento foi de R$ 20,40 por arroba. ” O melhor que já obtivemos até hoje”, garante o proprietário, Carlos Klinkert Maluhy, informando que seus gastos com alimentação de F1 e 3/4 giravam em torno de R$ 24,00 a R$ 28,00 por arroba.

Com as fêmeas, os índices não foram menos positivos. Inseminados aos 14 meses, as filhas de touros Montana com vacas Nelore e F1 garantiram 70,3% de prenhezes em 90 dias de estação de observação e, em 120 dias, de 80% a 85%. Elas não tiveram Creep Feeding, mas receberam 1kg /dia de concentrado da desmama até Novembro de 1998, em pasto de Brachiaria decumbens. O custo dessa suplementação foi de R$ 20,00 por cabeça. De acordo com Maluhy, o resultado das fêmeas mostra – se economicamente mais importante mais importante que o dos machos. ” Uma fêmea que emprenhe aos 14 meses proporciona um ganho de 12% no sistema de produção. Qualquer que seja o ganho de peso nos machos, o retorno não supera o percentual alcançado pelas fêmeas.”

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