Pecuária

Com o lucro e o queijo nas mãos

A maioria dos produtores de leite costumam se queixar da rentabilidade desse mercado. Reclamam dos custos dos insumos e dos valores recebidos pelo litro do leite produzido in natura. Quando não são dependentes exclusivamente dos grandes laticínios para comercializar sua produção – recebendo pelo litro o valor pago por essas empresas sem negociação -, conseguem vender o litro de leite pelo preço máximo de R$ 0,35. Devido a esse baixo retorno de faturamento, alguns criadores passaram a procurar alternativas dentro da atividade, em busca de uma melhor remuneração. A opção da Fazenda Santo Isidoro, de Jundiaí, foi produzir diversos tipos de queijo e lançar marca própria. Segundo Roberto Vicente Lopes, veterinário responsável pelo rebanho e atividades comerciais da fazenda, de propriedade de Renato Duprat Filho e Olga Amato, foi feita uma pesquisa no início do criatório, em 1994, sobre o mercado de queijos.

Verificamos que uma das melhores remunerações da atividade está no mercado de derivados, lembra. Os criadores, então, partiram para a formação do plantel e do laticínio, lançando a marca de Queijos Guiga.

Os diversos tipos de queijo como frescal, ricota, mussarela e queijo prato são produzidos a partir do leite do próprio rebanho Jersey da fazenda. No total, são 170 cabeças, com 60 vacas produzindo uma média de 1.200 litros diários, totalmente dirigidos ao laticínio, montado na própria fazenda. A produção média dos Queijos Guiga é de 190Kg diários, que são distribuídos – por vendedor próprio -, em casas especializadas nas cidades paulistas de Jundiaí, Campinas e na capital.

Pela qualidade de nossos consumidores e toda nossa produção é vendida, afirma Lopes. Sobre a rentabilidade do negócio Lopes afirma que em relação ao litro de leite in natura, a diferença pode chegar a 150% por quilo de queijo produzido.

Temos a vantagem de trabalhar com tipo de leite que, por apresentar qualidade em sólidos totais superior, nos fornece 20% a mais de queijo do que o leite de outra raça, afirma. Para a produção de 1kg de frescal, por exemplo, Lopes explica que são utilizados 5 litro de leite Jersey e para o mussarela, 9 litros. Animados, os proprietários estão com projetos de dobrar a produção até o final de 98. Para isso, estão ampliando as instalações da fazenda para aumentar o número de animais.

O trabalho de Lopes em relação ao rebanho, então, é fomentar a qualidade da raça e aumentar a produção de leite. Atualmente, a média diária é de 18Kg. Essa produção é, segundo o veterinário, resultado de uma genética de qualidade e um sistema de manejo que valoriza a nutrição do rebanho. A Fazenda Santo Isidoro mantém seu rebanho em sistema de confinamento, com volumosos e oferta de concentrado no cocho, balanceado de acordo com a produção de cada vaca. A base da alimentação é silagem de milho e feno de capim e alfafa. O trabalho de melhoramento genético é garantido pela IA e TE. A fazenda também comercializa animais de seleção e vai realizar seu primeiro leilão de elite em março de 1998.

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