Agricultura Destaques

Revestimento natural prolonga vida útil do morango

Agora vai ser possível ter um morango por mais tempo em casa. Cinco dias é o período em que a fruta dura em média. Com o revestimento natural desenvolvido pela pesquisa essa duração pode ser de até 12 dias. O pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos/SP) Marcos David Ferreira explica como esse revestimento à base de plantas foi desenvolvido: “Nós utilizamos componentes de origem vegetal que são mais seguros e aliamos a um antifúngico natural, o óleo de hortelã, e a partir daí fizemos o revestimento, uma espécie de filme invisível. Com isso, mudam as trocas gasosas e há uma proteção adicional antimicrobiana, além de uma perda significativa de umidade, o que faz com que o fruto dure mais tempo”, explicou.

De acordo com o pesquisador, com o desenvolvimento do revestimento foi possível ganhar mais uma semana na durabilidade do morango o que evita as perdas que são grandes, considerando se tratar de uma fruta bastante perecível. Segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados, o morango ocupa o terceiro lugar na lista de maiores perdas em valor do setor de frutas, legumes e verduras. “O morango tem uma durabilidade muito baixa. É sensível ao manuseio, alterações de temperatura e muito sujeito a doenças, principalmente fungos que são aqueles bolores que se observa no fruto”, complementou.

Ferreira comentou ainda que a tecnologia é de baixo custo, devido à simplicidade da tecnologia, tendo a imersão como um dos principais métodos para o revestimento de frutas, não dependendo assim de equipamentos. Além da redução das perdas, foi possível também conservar a qualidade do fruto e dos seus compostos nutricionais.

Para o cientista, o reforço da nanotecnologia no desenvolvimento de revestimentos comestíveis é muito importante, uma vez que melhora esses revestimentos e dar origem a novos materiais com propriedades eficazes.

A tecnologia é uma parceria entre a Embrapa e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). O próximo passo, segundo o pesquisador, é o desenvolvimento do revestimento em escala comercial e industrial.

Foto: Amanda Akashi / Embrapa Instrumentação

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *