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Gado de leite é o mais suscetível à ação de parasitas

Perdas anuais de US$ 14 bilhões. Esse é o impacto econômico causado pelas verminoses à pecuária brasileira, segundo estudo publicado na Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária. Em reais, o valor equivale a R$ 66,5 bilhões. Esse problema sanitário, que afeta o trato gastrointestinal ou os pulmões dos bovinos, é especialmente preocupante para os criadores de gado leiteiro, animais mais suscetíveis aos vermes.

“É importante ter conhecimento sobre as verminoses e também sobre as formas de controle desses parasitas. Isso é essencial para o bom desempenho da pecuária, seja de corte ou de leite. O controle de parasitas pode ser feito com tratamentos pontuais e em épocas específicas, mas nunca pode ser deixado de lado”, explica o médico veterinário Thales Vechiato, gerente de produtos para grandes animais da Syntec.

As verminoses são favorecidas no Brasil pelo clima quente e úmido, o que ajuda na proliferação dos parasitas. Os tipos mais comuns em bovinos são os vermes redondos gastrointestinais e pulmonares. No caso do gado leiteiro, outra parasitose comum é a estefanofilariose (úlcera da lactação), causada pelo parasita Stephanofilaria spp, que afeta a pele. “Por acometerem, principalmente, o sistema interno dos bovinos, muitas vezes os sintomas de verminoses não são aparentes. Por isso, é preciso que os criadores fiquem atentos a determinados fatores, como perda de apetite, diarreia, redução de peso e queda na produção de leite, pelos secos e arrepiados, edemas submandibulares e mucosas anêmicas”, alerta o veterinário.

Vechiato ressalta que a melhor forma de tratar as verminoses é investir em estratégias de prevenção e de controle. “Um programa eficaz deve considerar alguns pontos: a idade dos animais, o ciclo de vida dos parasitas e a época do ano. No caso das verminoses, recomendo protocolo para aplicações de vermífugo de alta eficácia, seguro e persistente no controle.”

O veterinário detalha os protocolos para cada fase da vida dos animais:

Animais leiteiros mais jovens: no desaleitamento (entre 60 e 90 dias de idade) com repetições a cada 90 dias até os 12 meses de idade. Neste caso recomenda-se o uso de produtos à base de albendazol.

Novilhas: controle estratégico com aplicações no início do inverno na Região Sul ou do período menos chuvoso para o restante do Brasil; outro tratamento aproximadamente 3 meses após; um tratamento ao final do inverno na Região Sul ou no início do período mais chuvoso no restante do Brasil; e um tratamento cerca de 3 meses após este último. Entretanto, na prática recomenda-se o uso de endectocidas (Ivermectinas) durante as campanhas de aftosa e um manejo estratégico no meio da seca, rotacionando princípios ativos e neste caso opta-se por produto a base de albendazol.

Vacas adultas: Um tratamento no dia da secagem entre lactações seguido de outro tratamento no dia do parto ou da entrada na linha de ordenha do leite para consumo humano, com produto a base de albendazol.

Foto: Tony Oliveira / CNA Brasil / Texto Assessoria

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