Agricultura

Dólar volátil pode se manter como desafio para o mercado de grãos em 2022

Um evento promovido pela Auster Nutrição Animal e ABVista abordou o cenário do Mercado de Grãos, compartilhando informações para auxiliar os produtores na tomada de decisão. “A discussão é muito importante nesse momento de custos elevados de insumos, como soja, milho e até matérias-primas importadas”, destaca o CEO da Auster, Paulo Portilho. “Sabemos a importância de ter informações confiáveis sobre o mercado para a decisão mais precisa. Nosso objetivo é agregar conteúdos que auxiliem avicultores, suinocultores e produtores de leite na gestão do seu negócio”.

Pedro Moraes, engenheiro mecânico e pós-graduado em agronegócio pela ESALQ/USP, atua com gerenciamento de riscos e presta consultoria para o mercado de grãos na StoneX Brasil – Inteligência de Mercado em Commodities. Ele foi sobre “Apresentação de precificação e fundamentos de mercados”, relatando que em 2020 o real foi a segunda moeda emergente mais desvalorizada, ficando atrás apenas do peso argentino. O especialista explica que ocorrências como está impactam diretamente na economia. “É preciso lembrar que muitos dos produtos são ‘dolarizados’. É o caso da gasolina. Isso gera pressão inflacionária, com risco de elevação consistente de preços no mercado. O mesmo ocorre com produtos, como a soja, também ‘dolarizados’, que impactam o balanço de oferta e procura, já que o dólar elevado causa maior interesse para exportação”, exemplifica.

Em relação às expectativas futuras, Pedro Moraes ressalta que, com dólar ainda em patamares altos e eleições no próximo ano, o cenário poderá se tornar ainda mais volátil. “O dólar caro é responsável pelos preços das commodities no Brasil, como a soja e o milho, atrelado ao cenário de oferta e demanda desafiador no último ano e igualmente em 2021”, enfatiza.

Em termos do balanço produção e disponibilidade de soja, ele informa que os Estados Unidos, um dos principais produtores do mundo, já está finalizando a colheita. A safra, segundo ele, é considerada satisfatória, com expectativa de totalizar 120 milhões de toneladas, aumento equivalente a 6 milhões de toneladas em relação ao ano passado.

Alexandre Barbosa de Britto, gerente técnico para América Latina da AB Vista, abordou no encontro o tema: “Atual cenário de qualidade do milho no Brasil e como podemos auxiliar os produtores no monitoramento de grãos”. Britto destacou pontos técnicos, como índice de vitrosidade, processo de secagem e presença de amido no grão, que impactam na produtividade e na qualidade.

“O amido mais resistente pode auxiliar a saúde intestinal dos animais, mas se não for trabalhado associado à  estratégia nutricional, com o uso de aditivos para retirar o melhor proveito do produto, pode haver perda da capacidade energética. Isso deve ser levado em consideração para proporcionar incremento de saúde, a partir do aumento de fibra”, conclui o especialista.

Foto: Divulgação / STA Press

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