Avicultura Destaques

Cage-free: galinhas livres de gaiolas botam até 10% a mais

Você sabe o que é cage-free? Tendência no cenário mundial, esse sistema cria galinhas livres de gaiolas. Nesse sentido, o curso de Zootecnia da Unoeste desenvolve estudos sobre os benefícios dessa prática para as aves da linhagem Dekalb White, as conhecidas galinhas brancas de granja. Dentre os resultados está o aumento de até 10% na produção de ovos após o pico de postura que ocorre após 30 semanas de vida do animal, mostrando assim maior persistência à produção.

O professor da graduação Dr. Leonardo Henrique Zanetti explica que essas ações são realizadas por meio do Grupo de Estudos e Pesquisa em Avicultura da Zootecnia Unoeste (Unoaves). “A União Europeia, por exemplo, só permite a criação comercial de poedeiras desse modo, principalmente pelo benefício que ele traz ao bem-estar animal. Nesse sistema a ave pode desempenhar seu comportamento natural como ciscar, empoleirar, abrir as asas e tomar banhos de areia. Aliás, essa tendência tem sido vista no Brasil também, consumidores preocupados com o bem-estar já começam a exigir esse tipo de criação”, explica.

Ele explica que a universidade possui 100 galinhas poedeiras criadas livres de gaiolas, distribuídas em três boxes respeitando a densidade correta de aves por metro quadrado. “Por analogia, é como tirar várias famílias de um prédio e colocar em casas. Para os avicultores as principais vantagens desse sistema é o baixo custo de implantação, uma vez que não é necessário aquisição de gaiolas, além de bebedouros e comedouros específicos para o conjunto de gaiolas. O galpão para criação é simples e funcional, além disso, é necessário um espaço maior já que as aves estão soltas e não mais em gaiolas”.

Com palha para ciscar, ninhos aconchegantes para a postura dos ovos, ventilador e até um poleiro para dormirem, as galinhas da Unoeste são sinônimos de bem-estar animal. “Uma ave livre de estresse, seja ele causado por doenças, altas temperaturas, densidade de criação pode acarretar em menores índices zootécnicos. Vale ressaltar que a quantidade de ovos que a ave produz está ligada, principalmente, à sua genética. É claro que existem outros fatores que contribuem, como uma nutrição de qualidade e ambiência correta. Dessa forma, o fato de ser criada solta não faz com que aumente sua produção de ovos e, sim, com que ela mantenha uma ótima produção por maior tempo, já que o estresse sofrido ao longo de sua vida é muito menor”.

É justamente isso que acontece com a criação da Unoeste. Para se ter uma ideia, a linhagem Dekalb White atinge a maturidade sexual, ou seja, começa a produzir ovos, entre 18 e 20 semanas. “O pico de postura ocorre por volta de 30 semanas que é quando a produção chega em torno dos 98%. Após esse período é natural a queda da quantidade de ovos diários, entretanto, constatamos que as nossas aves mantiveram a produção em alta. Elas estão com 40 semanas e ainda em pico de postura chegando até 10% a mais do que o esperado para essa idade”, diz o zootecnista.

Contribuição da Unoaves

O Dr. Leonardo revela que o grupo de pesquisa desenvolve projetos ligados às disciplinas de Avicultura e Nutrição de não-ruminantes e de Bem-estar Animal com parceria com a professora doutora Patrícia Luz. “São projetos de iniciação científica e também Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs). Além do bem-estar e nutrição, também avaliamos a qualidade interna e externa dos ovos produzidos no setor”.

Expõe que os acadêmicos envolvidos recebem treinamento prévio. “Todas as atividades que desenvolvemos aqui oportunizam aos futuros zootecnistas e médicos veterinários colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, se preparando para os desafios futuros que encontrarão no mercado de trabalho”.

É justamente essa experiência que trouxe o estudante do 10º termo João Bazzo ao Unoaves. “Comecei a fazer Direito, mas não me identifiquei com a área. É engraçado que meus pais dizem que desde criança eu falava que queria ser fazendeiro, mas eu não tinha qualquer contato com o meio rural. Mudei de curso, comecei a Zootecnia e aproveitei todas as chances dentro e fora da instituição. Fiz estágio nas criações de suínos, ovinos e gado de leite da Unoeste. Agora estou realizando TCC sobre a qualidade sanitária dos ovos e todas essas vivências agregam muito à minha futura atuação”, conclui.

Foto: Gabriela Oliveira / Divulgação Unoeste

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *