Agricultura Negócios

Segmento de fungicidas protetores movimenta R$ 2,1 bilhões no Brasil

O estudo BIP – Business Inteligence Panel Soja, da Spark Inteligência Estratégica, recém-concluído, apurou que o segmento de fungicidas protetores para a oleaginosa cresceu pela sexta vez consecutiva na safra 2020-21. Utilizados principalmente no manejo de resistência do fungo causador da ferrugem asiática, esses insumos movimentaram R$ 2,1 bilhões, desempenho 23% acima do período 2019-20. Segundo o estudo, entre as safras 18-19 e 19-20 os protetores já haviam avançado 46¨% em vendas, para R$ 1,75 bilhão.

O levantamento constatou ainda que as vendas totais de agroquímicos para aplicação na soja brasileira foram de R$ 31,3 bilhões no ciclo 2020-21, um resultado 17% superior ao da safra anterior (R$ 26,7 bilhões). Na análise por categoria, adianta consultoria, os fungicidas foliares, que abrangem os fungicidas protetores, corresponderam a 41% do mercado total ou R$ 12,7 bilhões, com elevação de 13% na comercialização.

O índice de adoção dos fungicidas protetores pelo agricultor saltou para 71%, contra 68% da safra 2019-20, enquanto o número médio de aplicações atingiu 2,1, alta de 5,6%. Já a área potencial tratada ou PAT chegou a 58,9 milhões de hectares, com crescimento de 18% frente ao período anterior (49,8 milhões de hectares).

Coordenadora de projetos da empresa, a engenheira agrônoma Natalia Piai salienta que a preocupação com o controle da ferrugem asiática deverá voltar a impulsionar o desempenho dos protetores no ciclo 2021-22.

“Essa tendência se justifica pelo aumento da adoção do chamado manejo de resistência. Trata-se de uma prática cujas medidas contemplam aplicação conjunta ou alternada de fungicidas com diferentes modos de ação. Além de usados preventivamente, antes do estabelecimento de infecções, os protetores auxiliam a preservar a eficácia de outras moléculas de fungicidas, diante do potencial desenvolvimento de resistência pelo fungo causador da doença a ingredientes ativos”, explica Piai.

A agrônoma acrescenta ainda que ao longo da fronteira agrícola da oleaginosa, os Estados de maior importância em área cultivada, como Mato Grosso e Rio Grande do Sul, registraram aumento nos índices de adoção dos protetores, para 72% e 80% das lavouras, respectivamente. Na terceira e quarta posições do levantamento aparecem o eixo Goiás-Distrito Federal (64%) e Mato Grosso do Sul (78%).

Câmbio

Na moeda americana, o levantamento registrou queda de 13% no faturamento do mercado de agroquímicos para a cultura, de US$ 6,778 bilhões, na safra 2019-20, para US$ 5,928 bilhões. Conforme a consultoria, esse resultado veio atrelado ao impacto cambial negativo, de 26%, nas cotações médias do dólar no período de compra dos produtos: R$ 3,94, no ciclo 2019-20 e R$ 5,29 no 2020-2021.

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