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Medidas ajudam a evitar o estresse durante a castração

Um assunto que diverge opiniões, a castração bovina apresenta pontos favoráveis e desfavoráveis quando o tema é a sua realização em gado de corte. O que gera essa dúvida é o fato de que enquanto um boi inteiro tem melhores índices produtivos, a carne de um animal castrado costuma ser mais atrativa pela melhoria nas características de maciez e sabor. “Por isso, vale muito pensar e ponderar sobre quais são os objetivos para o seu rebanho antes de optar por castrar. Analise seu sistema produtivo, trace um objetivo e então opte por castração ou não”, aconselha Bruno Cappellozza – Gerente P&D da Nutricorp.

A escolha parece simples de ser feita. Mas, além de entender o objetivo final, ou seja, se você quer ter mais volume ou qualidade da carne abatida, existem outras informações que precisam ser consideradas, principalmente se sua escolha for por optar pela castração.

Quando o animal é castrado algumas alterações fisiológicas e comportamentais podem ocorrer dependendo de como essa castração será executada. “Este procedimento, assim como outras práticas rotineiras em um rebanho, pode ser muito estressante para os animais, e todo esse desgaste impacta negativamente os resultados produtivos e de saúde do rebanho. O animal acaba não desempenhando como esperado e fica mais suscetível a ocorrência de doenças e a outros problemas comportamentais que, por sua vez, podem dificultar o manejo e interagir com os fatores produtivos e de saúde”, explica.

Como salientado, algumas práticas podem causar estresse bovino, mas já existem estudos que comprovam que o manejo é parte fundamental na redução desses problemas. “Quando feito de forma cuidadosa, e prezando pelo bem-estar animal, o estresse resultante da castração pode ser amenizado.

Os diferentes processos de castração podem resultar em diferentes respostas fisiológicas e comportamentais e como exemplo citamos: castração cirúrgica, com elástico ou o procedimento com burdizzo. A técnica com burdizzo utiliza um alicate (ou burdizzo) para interromper a circulação de sangue para os testículos, o que causa uma degeneração do mesmo, enquanto que a técnica com elástico é idêntica na sua função, mas com a utilização de um elástico vs. alicate. Já a castração cirúrgica consiste na retirada dos testículos com a remoção ou não da ligadura do cordão com fio de sutura através da técnica de orquiepididimectomia bilateral. “Delas, a cirúrgica resulta em mudanças mais pronunciadas no comportamento e uma resposta inflamatória mais acentuada quando comparada aos animais castrados com burdizzo ou elástico.

As concentrações de haptoglobina, um importante marcador do sistema imune inato em bovinos de corte, são maiores em animais castrados de maneira cirúrgica vs. elástico. Em contrapartida, diversos estudos na literatura demonstraram que a administração de um anti-inflamatório não esteroidal (AINE; meloxicam) no momento da castração pré-entrada no confinamento resultou em animais com um maior PV no final do confinamento”, explica Bruno.

 

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