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Produção de pêssegos requer condições climáticas específicas

Com a proximidade do fim do ano algumas frutas ganham destaque nas bancas de sacolões e supermercados. É o caso do pêssego, fruta típica de clima temperado, que tem conquistado espaço nos pomares mineiros. “É possível produzir em algumas regiões que apresentam elementos climáticos específicos como: temperatura, radiação solar e chuva”, explica o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Emerson Dias Gonçalves.

Nativo da China, o pessegueiro encontrou nos estados do Sul e do Sudeste brasileiro o clima propício para a produção. Além disso, pesquisas e melhoramento genético ajudaram a selecionar as variedades com maior adaptabilidade às condições regionais. “No sudeste microclimas favoráveis podem ser obtidos em locais de altitudes elevadas, geralmente, acima de 900m, onde é possível obter, pelo menos, 100 horas com temperatura igual ou inferior a 7,2ºC por ano”,  observa Emerson, acrescentando que o ciclo desta fruteira é composto pela fase vegetativa e pela fase de dormência (período em que a planta não apresenta sinais de atividades metabólicas sendo que, visualmente o crescimento está suspenso).

A determinação exata do número de horas de temperatura inferior a 7,2ºC é um fator decisivo para o produtor que deseja implantar uma lavoura de pêssego. “Este é o principal fator que irá possibilitar ou não a implantação da cultura, bem como auxiliar na escolha das melhores variedades para serem cultivadas em uma determinada região”, completa o pesquisador. Outro ponto a ser observado é a exigência hídrica da planta. “A irrigação deverá ser implantada para fornecer água complementando as chuvas e também para fornecer integralmente a água necessária durante os períodos de estiagem, que são comuns na maioria das regiões brasileiras. A irrigação antecipa a etapa de colheita no pomar de pessegueiro, aumenta o crescimento do diâmetro dos frutos e do tamanho dos ramos”, adverte.

A época de colheita vai depender muito da variedade. “Temos algumas precoces que podem ser colhidas a partir de outubro e outras mais tardias com colheita até o final de dezembro”, informa o pesquisador. Em Maria da Fé (MG), onde funciona um Campo Experimental da EPAMIG, instituição vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a variedade Libra inicia a colheita na primeira quinzena de outubro, já a variedade Maciel é colhida a partir da segunda quinzena de novembro.

Emerson Gonçalves deixa dicas para o consumidor no momento da compra das frutas. “Além do cheiro, outra característica a que devemos nos atentar é a cor do pêssego. Um bom pêssego tem, habitualmente, cores e tons mais fortes. Prefira os frutos sem manchas na casca e sem machucados. Se quiser os maduros, prefira os que contenham a mistura das cores amarela e vermelha. Se quiser pêssegos que durem mais escolha aqueles com a coloração de fundo mais esverdeada. Os pêssegos mais maduros geralmente apresentam-se menos firmes ao toque”, afirma.

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