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Guerra comercial abre espaço para o agro brasileiro

Com a expectativa de intensificação das disputas comerciais nos próximos anos no mercado mundial, o agronegócio sul-americano precisa se preparar e enxergar as oportunidades e desafios deste um cenário em constante mutação.

Desde agosto, por exemplo, a China suspendeu a compra de frango dos Estados Unidos. A medida implementada, reflexo da guerra comercial entre os países, pode ser uma oportunidade para o Brasil ampliar suas participações nas exportações da proteína animal para o país asiático. Com as barreiras tarifárias americanas e o avanço da peste suína em algumas regiões, o diretor de inteligência de mercado na INTL FCStone Intelligence, Renato Rasmussen,acredita no potencial brasileiro para ser principal fornecedor chinês. “Temos condições para transportar esses produtos e os preços já vem reagindo a essas condições”, comentou.

Para a diretora executiva do CME Group, Susan Sutherland, é necessário encarar as incertezas do mercado de forma mais madura. “O mercado é desafiador e devemos estar cientes que o valor das movimentações futuras e opções podem mudar dependendo de eventos naturais e geopolíticos”, afirmou. Susan ainda acrescentou que em relação guerra comercial, 71% dos chineses não acreditam que será resolvida a curto prazo, contra 29% otimistas.

Edwini Kessie defende a necessidade do fortalecimento da Organização, passando por sua reformulação. “Precisamos nos reinventar de uma forma mais pró ativa, países estão assinando acordos bilaterais devido à frustração que eles tem com a OMC”, afirmou. Para Kessie, essa reformulação é essencial para que os sistemas multilaterais sejam mais efetivos.

O futuro da indústria alimentar também é uma das preocupações do setor. Para o coordenador de negócios do Instituto de Tecnologia do Senai, Alcides Sperotto, as mudanças nos hábitos de consumo e o aumento populacional são fatores predominantes na discussão. “O principal desafio é gerar alimento e o mundo está de olho no Brasil. A ideia é começarmos a colocarmos mais pesquisa e tecnologia no alimento, aumentando seu valor agregado, financeiro e nutricional”, afirmou.

É importante que a indústria também esteja de olho no mercado árabe, que tem sido um importante potencial de oportunidades para o setor de proteína animal brasileiro. O Brasil é hoje o maior exportador mundial de proteínas animais para o mercado muçulmano, respondendo por 52% da carne halal enviada aos países islâmicos. Para o diretor-geral do Cdial Halal, Ali Saifi, esse é o momento de entender as peculiaridades desse mercado para que o setor de aves, bovinos e suínos continue a crescer e se desenvolver.

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