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Simpósio discutiu rentabilidade da Integração Lavoura-Pecuária

“Quem apostar na ILP e fizer um trabalho bem feito vai ganhar dinheiro, não tenho dúvida disso. Esse é o futuro, porque se aproveita muito melhor a área da fazenda. Em relação à média, a pecuária das fazendas que têm integração melhora em 70%”. A afirmação é do zootecnista e coordenador de projetos da Terra Desenvolvimento Agropecuário, Rodrigo Patussi, durante o 9º Simpósio Nutripura. O evento, realizado em Rondonópolis, reuniu mais de 550 pessoas por dia para discutir o papel da pecuária no sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP).

A ILP é uma tecnologia que integra as atividades agrícola e pecuária na mesma área. “A integração é colocar duas ou três culturas para trabalhar com sinergia. Tinha um comportamento, antigamente, de valorização da terra. Hoje o que vale da porteira pra dentro é a produção, se valoriza uma terra que tem um potencial produtivo maior. Sendo assim, esse tipo de tecnologia vai aumentar muito ainda e um dos maiores desafios do campo hoje é aprender a produzir mais com menos dinheiro. A melhor maneira, além do planejamento, é cuidar da operação usando melhor o que já se tem”, destacou Patussi.

Segundo dados apresentados pelo diretor técnico da Nutripura, Luciano Resende, até 2025 estima-se um crescimento de 50% na produção de carne bovina. Somente em Mato Grosso, entre 2010 e 2015 houve aumento de 5% no rebanho enquanto a área de pastagem reduziu 5%. “Com a previsão, a pecuária terá que se intensificar para atingir altos níveis de rentabilidade. Temos que começar a produzir mais por hectare para ter mais produtividade e manter os negócios”, avaliou.

Neste cenário, a ILP apresenta diversos benefícios, tais como: diversificação da produção, potencial para recuperar áreas degradadas e aumento de renda. “São várias as vantagens, sendo que a principal delas é o foco nos indicadores. Neste contexto, o lucro por hectare vigora entre os principais para o produtor, uma vez que ao se implantar a ILP, a busca é pelo lucro do sistema, ou seja, da fazenda como um todo. Além disso, pensar no lucro é importante, pois assim se passa a gerenciar melhor os recursos em prol do negócio”, explicou Patussi.

O diretor técnico da Nutripura orienta os produtores interessados no sistema ILP a se planejar. Para isso, é preciso saber onde se está e onde se pretende chegar. Num segundo momento, realizar o diagnóstico, estabelecer metas, implantar indicadores de controle e monitorar a evolução. “Para integrar é preciso ter como objetivo comum o lucro da fazenda, sendo necessário que as partes do sistema estejam alinhadas. Além disso, as equipes precisam ser harmônicas para que a transição de cada etapa seja concluída com êxito, elevando o nível de confiança e garantindo o lucro do sistema”, disse Resende.

De acordo com o diretor de pesquisa da Nutripura e organizador do Simpósio, Lainer Leite, o evento abordou de forma técnica e transparente as oportunidades e desafios da ILP. “Com a integração se tem o potencial de duplicar ou triplicar a produção e rentabilidade de uma fazenda, porém exigindo cuidados para que isso aconteça, sendo a sinergia entre as equipes da agricultura e pecuária o principal deles. Com a integração, o sistema de produção se torna mais complexo, porque é preciso pensar em inúmeras variáveis que exigem conhecimento e tempo diferentes. Então, é fundamental que exista uma mudança de mentalidade para que se tenha sucesso na integração”, avaliou Leite.

Startups – Como o objetivo de difundir tecnologia, os participantes do 9º Simpósio Nutripura puderam, ainda, ter acesso a soluções e novos conhecimentos desenvolvidos por três startups do agronegócio (AgTechs), que foram: Olho do Dono, @Tech e Agromove. Nos dois dias do evento elas expuseram suas soluções e serviços que pretendem facilitar a vida dos pecuaristas. A seleção contou com o apoio da Incubadora Tecnológica da ESALQ (ESALQTec) e do Agrihub (Hub de inovação promovido pelo Sistema Famato).

“O 9º Simpósio foi um sucesso, tivemos cerca de 550 participantes por dia, sendo este público formado por produtores, pesquisadores, especialistas e estudantes. Apresentamos informações de qualidade e de alto nível, com o objetivo de difundir tecnologia e informações que agreguem no sistema de produção dos participantes. É um evento tradicional do agro e a cada ano que passa ele se fortalece mais”, finalizou Leite.

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