Pecuária

Mecanização a toda prova

Fazenda Colorado, maior produtora de leite do país, adota sistema totalmente mecanizado para garantir o máximo aproveitamento do feno e da silagem de capim produzidos na propriedade.

Com um rebanho de 1.700 vacas holandesas em lactação, a Fazenda Colorado controla com rigor a qualidade do capim utilizado na alimentação dos animais. Localizada em Araras, interior do Estado de São Paulo, responsável pela produção diária de 70 mil litros do leite tipo “A” Xandô, a Fazenda chegou a registrar perdas de mais de 15% por tonelada de capim armazenado. Os prejuízos eram causados principalmente por problemas na secagem e no enfardamento do material.

“Depois de cortado, o capim não secava com uniformidade. A parte que ficava próxima ao solo tendia a reter mais umidade do que aquela exposta ao sol, prejudicando as propriedades dos fardos e do silo de trincheira. Outro ponto crítico era o enfardamento. A enfardadora anterior não picava o material e tinha baixa capacidade de compactação, o que favorecia a proliferação de fungos e comprometia qualidade do material”, explicou o gerente de Pecuária da Fazenda, Sérgio Soriano.

Desde 2011, a Fazenda investiu na aquisição de três novas máquinas, que melhoraram o aproveitamento do capim armazenado. O primeiro equipamento adquirido foi uma segadora em formato de disco. Com largura de corte de dois metros e dois eixos, ela conseguiu realizar o corte do capim rente ao chão e passou a aproveitar mais as áreas próximas às cercas. “Ao melhorarmos o corte do capim, foi preciso dar novos passos no enfardamento do material. Atualmente, usamos uma máquina que produz até 350 fardos, com pesos de 700 a 750 quilos”, acrescentou Soriano.

A terceira aquisição foi um novo embalador de silagem, que manuseia fardos maiores, de até 1,8 m por 1,2 m, pesando no máximo 998 Kg. Assim, os fardos embalados ficam protegidos de variações na umidade e favorecem o processo de fermentação láctica. Agora, basta programar o número de camadas de plástico, bem como o descarregamento do fardo no chão, na posição vertical para facilitar o processo de recolhimento.

A Fazenda chegou a registrar perdas de mais de 15% por tonelada de capim armazenado. Os prejuízos eram causados principalmente por problemas na secagem e no enfardamento.

Operando com os três equipamentos em conjunto, a Fazenda Colorado conseguiu aumentar a disponibilidade e qualidade da silagem de capim, que é completada por silagem de milho, soja e um concentrado com vários outros nutrientes. Atualmente, 80 hectares da Fazenda são alocados para o plantio do capim tifton 85 e para o silo. Uma empresa especializada foi contratada para treinamento dos funcionários da fazenda. De acordo com Soriano, o investimento em tecnologia trouxe mais precisão à operação, mas aproveitá-la plenamente exigiu a capacitação dos operadores. A granja leiteira Fazenda Colorado é responsável pela produção do leite tipo “A” Xandô, comercializado nas versões integral, magro e light. Localizada em Araras, interior paulista, a Fazenda Colorado conta com um seleto rebanho de 1.700 vacas holandesas em lactação, puras de origem, que chegam a produzir até 70 litros/dia de leite. Acompanhadas por veterinários e técnicos especializados, recebem toda a atenção necessária para seu bem-estar e saúde, para que sejam acima de tudo, saudáveis.

Pasto de qualidade também influencia

O bom aproveitamento da produção própria de capim e silagem de qualidade é um passo importante para garantir a disponibilidade de alimento de elevado valor nutritivo ao rebanho durante todo o ano. Entretanto, o produtor não deve esquecer de empregar os mesmos cuidados na formação e conservação das pastagens, pois isso significa boa nutrição para o gado no período das chuvas. Além disso, na maior parte das regiões produtoras do país a obtenção de leite em regime de campo se mostra obrigatória.

Segundo o especialista e professor da FAZU (Faculdades Associadas de Uberaba) Adilson Aguiar, mais de 95% do volume de leite produzido anualmente no país vem de fazendas com sistema a pasto. Esse número reforça a necessidade de reduzir quantidade de áreas degradadas de pastagem no Brasil. Segundo a Embrapa, metade dos pastos encontra-se em algum estágio de degradação.

Para implantar um sistema de produção de leite a pasto eficiente, o primeiro passo é escolher as espécies forrageiras corretas para a região. “Outro passo importante é implantar uma infraestrutura de uma pastagem adequada, com piquetes, fontes de água, cochos, sombreamento e corredores de acesso. Vale lembrar que o manejo do pastejo também interfere no resultado. Se realizado de forma correta, permite que as vacas alcancem uma eficiente utilização de forragem da melhor qualidade, durante o ano inteiro, sem comprometer a sustentabilidade da pastagem”, diz Adilson Aguiar.

Segundo o especialista, a qualidade do pasto pode ser prejudicada com o surgimento de pragas e plantas invasoras, que reduzem a produtividade do capim em virtude da competição por água, luz, nutrientes e espaço físico. Em alguns casos, essas plantas invasoras dificultam o acesso dos animais ao capim ou são tóxicas, afetando o desempenho individual dos bovinos. “O pecuarista deve realizar o planejamento alimentar de uma fazenda leiteira em sistema de pastejo, promover a correção, adubação e irrigação do solo da pastagem e investir no melhoramento genético dos animais para um sistema de produção de leite em pasto eficiente”, sentencia.

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