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BALANÇO MÁQUINAS: COM O FREIO PUXADO

BALANÇO MÁQUINAS: COM O FREIO PUXADO

Após um ano de recordes, setor de máquinas agrícolas sofre brusca queda no mercado interno e externo. Em 2014 foram comercializadas 82,4 mil máquinas, queda de 17,9% em relação as 100,4 mil de 2013. Fatores como o baixo preço de commodities, fez com que o agricultor ficasse mais seletivo.

“Como 2013 foi um ano excepcional de vendas, em que muitos produtores adquiriram produtos e modernizaram suas máquinas, 2014 trouxe para o setor grandes desafios”, declara Ana Helena de Andrade, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Ela diz que foi um ano difícil por uma conjunção de fatores. Dentre eles, está o menor número de dias úteis, a operação do PSI no começo do ano, o nível de confiança do mercado, o cenário complexo na Argentina e um ano de 2013 onde os produtores modernizaram suas frotas. Apesar do desempenho não ter sido o mesmo, ela comenta alguns fatos positivos que devem ser destacados, como por exemplo, as exportações para países da África e o anúncio do Plano Safra, que permitirá aos agricultores continuar adquirindo máquinas com baixas taxas de juros.

O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), parte da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão concorda com Ana e comenta que a base de mercado de 2013 é desproporcional. “Como viemos de grandes vendas nos últimos anos, o agricultor além de estar com máquinas novas, também tem dívidas a pagar. Com isso, o investimento se tornou menor”.

Para Ana, em termos de números, ano passado ficou abaixo do esperado, mas considerando que ano retrasado foi um ponto fora da curva, o setor terminou no mesmo patamar de 2012. “Isso é um resultado interessante para toda cadeia”, diz.

Exportação e projeções

No mercado externo, os brasileiros também não têm muito o que comemorar. Segundo Ana, as exportações caíram 15,5% com relação a 2013. “Isto representa cerca de 2 mil máquinas a menos”. Para ela, a principal razão deste resultado foi o desempenho adverso da Argentina, um dos principais clientes do Brasil.

Estevão declara que mesmo com estes números, a valorização do dólar durante o último ano foi um ponto de alívio para o mercado de maquinários. “Teríamos tido resultados ainda mais inferiores caso isto não tivesse acontecido”.

Para o ano que acaba de começar, a vice-presidente prevê que será um ano complexo. “As previsões da Anfavea para 2015 são de estabilidade em produção e vendas internas e crescimento de 1% nas exportações”. Já Estevão, diz que estima-se uma leve queda ou manutenção do mercado. “As commodities devem seguir na mesma base de preço. Muito disso se deve a supersafra americana. Com isso, esta chance de queda deve perdurar ainda até 2016”, finaliza.

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