Diante do Sistema Integração Lavoura-Pecuária, outra ferramenta também deverá ser útil ao produtor, como a indicação mais acertada de quando se deve fazer o plantio do consórcio forrageira e milho.
Os maiores riscos levados em conta para o estabelecimento da braquiária ocorrem num período de até 45 dias após o plantio e estão relacionados às fases de germinação e perfilho. No caso do milho, os riscos se dão principalmente no período de florescimento e enchimento de grãos, de 45 dias a 110 dias após a semeadura do grão.
O primeiro estudo de zoneamento do consórcio de Braquiária brizantha e milho, para os Estados de São Paulo e Minas Gerais, se tornará uma ferramenta ideal para produtores ou pecuaristas que façam o uso do Sistema Agropastoril. O objetivo é garantir a escolha adequada da época de menor risco climático para garantir os recursos hídricos necessários para o desenvolvimento das duas culturas. O estudo faz parte do zoneamento agroclimático da Braquiária, elaborado por seis centros de pesquisa da Embrapa – Cerrados, em Brasília (DF), Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), Informática Agropecuária, em Campinas (SP), Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO), Gado de Corte, em Campo Grande (MS) e Gado de Leite, em Juiz de Fora, (MG).
“Esse estudo foi feito para a implantação do consórcio, considerando que cada cultura tem uma época mais crítica para o atendimento hídrico”, explica o agrometeorologista e pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, José Ricardo Pezzopane. “Nesse caso em questão, a braquiária é na fase de implantação e o milho na fase de florescimento e enchimento dos grãos”.
Com base nos dados pluviométricos dos últimos 30 a 50 anos, em comparação com os dados obtidos de estações meteorológicas, e, ainda, com as informações à cerca do desenvolvimento das cultivares, bem como da classificação do solo, foi possível, então, traçar o zoneamento climático para os Estados de São Paulo de Minas. “Eu sei o quanto a minha cultura necessita de água e sei, com base na informação climática, se a região para aquela época pode ou não atender a minha cultura”, analisa Pezzopane. “Faço isso para as várias estações meteorológicas e depois uso ferramentas de espacialização da informação, transformando um dado que era pontual num regionalizado”.
Os dados referentes a São Paulo já estão prontos, e até o final de julho, estarão os de Minas Gerais. O estudo levou cerca de quatro a cinco anos e possui uma margem de acerto de 80%.
As épocas mais favoráveis para o plantio são apresentadas por decêndios (de 10 em 10 dias; o mês é dividido em três decêndios, totalizando, então, 36 decêndios em um ano). Em termos gerais, 18 opções de decêndios são mais comuns e favoráveis à implantação do consórcio, que vai de 1º de setembro a 29 de fevereiro, em São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Os maiores riscos levados em conta para o estabelecimento da braquiária, segundo a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, Patrícia Menezes Santos, ocorrem num período de até 45 dias após o plantio e estão relacionados às fases de germinação e perfilho. No caso do milho, os riscos se dão principalmente no período de florescimento e enchimento de grãos, de 45 dias a 110 dias após a semeadura do grão.
Além de servir de um referencial para os produtores, esse trabalho também orientará técnicos da extensão rural, áreas de crédito rural de instituições financeiras e órgãos de fomento para a implementação de políticas públicas, visando o desenvolvimento regional e o aproveitamento máximo das condições de solo e clima.
