Pecuária

Mariapolis – a prova de fogo das raças adaptadas

No dia de campo também esteve presente o especialista sul-africano e consultor da Mariopólis, Danie Bosman, um dos maiores especialistas da pecuária mundial.

Bosman ressaltou a importância de testes do gênero. “Hoje, todos os tipos de avaliações são necessárias para que os criadores tenham certeza da qualidade da genética que estão comercializando”, diz ele. O consultor do projeto ainda destaca que o importante hoje é a formação do animal. ” O criador comercial não quer mais comprar apenas o que é apresentado em exposições. Ele quer um animal com boa seleção, que tenha todo um trabalho por trás”. Segundo ele, os criadores ao adquirirem animais em leilões esperam que ao menos o trabalho básico dos selecionadores sejam bem executado a fim de garantir a qualidade dos animais e é preciso valorizar o trabalho destes profissionais.

O projeto Mariopólis de adaptados avaliou durante 150 dias o desempenho de 190 bovinos das raças Bonsmara, Caracu, Montana e Senepol, sendo 110 animais da própria fazenda e os 80 restantes pertencentes a 18 criatórios convidados. No teste de performance foram avaliadas de 20 a 25 características no gado de corte. ” O desafio é encontrar um reprodutor que seja equilibrado em todas estas características”, garante Danie Bosman.

Segundo Claúdio Haddad, professor da Esalq/USP e responsável pela parte de nutrição do projeto, no teste de ganho de peso os animais não passam por um confinamento total. No início das avaliações , os animais ficaram em regime exclusivo de pasto, recebendo cana forrageira como volumoso básico mais suplementação à base de composto mineral. Aos poucos, os animais foram sendo submetidos a uma dieta mais rica em energia e suplementos. Na última fase, já praticamente confinados, os bovinos foram totalmente tratados no cocho.

Além de avaliar o ganho de peso dos animais, foi avaliada também a adaptabilidade dos touros. Diversas medições são realizadas a fim de apurar particularidades como o crescimento do animal, fertilidade, cascos, altura e comprimento, perímetro escrotal, musculosidade e o couro, entre outras características. “A estrutura do animal é verificada desde a cabeça até o rabo”, garante Danie Bosman. “A seleção genética deve respeitar o equilíbrio entre rendimento de carcaça e eficiência reprodutiva. De nada adianta ter um touro muito musculoso que não produza nenhuma prenhez a campo”, ressalta o especialista sul-africano.

É possível fazer uma pré-seleção antes de enviar os bovinos para o Teste de Performance. Verificar a musculosidade do reprodutor, por exemplo, é uma maneira de saber se ele vai bem ou não nas avaliações. Se o animal tiver músculos no antebraço e no patinho ele é garantia de boa performance. Uma outra forma de pré-selecionar o rebanho é verificar o tamanho dos testículos. Ele não deve ter testículos pequenos ou torcidos pois estas características prejudicam a reprodução dos animais.

A avaliação funcional com as fêmeas é menos rigorosa, pois segundo os especialistas, a qualidade genética do bezerro é proveniente dos reprodutores. Há uma preocupação de que as fêmeas não ganhem peso como os machos pois o acúmulo de gordura atrapalha a passagem do sêmen para o útero e prejudica a produção de leite.

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