Agricultura

Abacaxi – produto baiano conquista mercado

A adoção de tecnologias e a organização dos produtores estão fazendo com que os frutos de abacaxi da região de Itaberaba (BA) cheguem a mercados nacionais cada vez mais distantes, sobretudo no Centro-Sul do País, e num futuro próximo, também sejam embarcados para a Europa, sobretudo Espanha, França e Alemanha. Esta penetração do fruto regional em mercados cada vez mais exigentes em qualidade, é uma vitória da Cooperativa de Produtores de Abacaxi de Itaberaba (COPAITA), sediada no município que é hoje o maior produtor de abacaxi do Estado, com uma área de plantio de cerca de 1.200 hectares, cultivada por 700 pequenos produtores e as suas famílias, gerando uma produção de mais de 20 milhões de frutos e uma renda direta superior a 10 milhões de reais. O abacaxi de Itaberaba tornou-se o grande sustentáculo da economia da região.

A Embrapa Mandioca e Fruticultura, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está dando a orientação técnica necessária para que os produtores cooperados consigam dar o manejo apropriado aos frutos, inclusive para que tenham a coloração da casca exigida pelos compradores nacionais e estrangeiros. “Entre outros cuidados, estes frutos serão enviados em caixas de papelão específicas para frutos pesados como o abacaxi, que estão sendo adquiridos pela cooperativa com apoio financeiro da Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia”, diz o presidente da COOPAITA, Pedro Paulo.

Um dos exemplos do apoio que os produtores de Itaberaba está recebendo dos órgãos públicos de pesquisa e extensão rural pôde ser visto no último dia 11, quando a Embrapa Mandioca e Fruticultura e a empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) promoveram um dia-de-campo para cerca de 400 participantes, entre produtores, técnicos, empresários, estudantes e outras pessoas interessadas no agronegócio do abacaxi. “Até as 15:30 horas os pesquisadores atuaram como apresentadores e instrutores em seis estações, que enfocaram informações sobre o agronegócio de abacaxi”, lembra Domingo Haroldo Reinhardt, especialista da Embrapa na cultura e coordenador do evento.

Os produtores receberam noções detalhadas sobre a adubação e nutrição da cultura; a importância e medidas de controle da fusariose, a doença mais séria do abacaxi; manejo dos frutos na colheita, pós colheita e sobre processos de comercialização.

Segundo Reinhardt, o “evento serviu, por um lado, para mostrar o grau de desenvolvimento atingido pela cultura, produto da dedicação dos produtores e dos esforços e ações da Embrapa e da EBDA, no plano da geração e transferência de tecnologia, e de outros órgãos no apoio financeiro e de infraestrutura e por outro lado, alertar os produtores e demais envolvidos no agronegócio regional do abacaxi sobre alguns cuidados fundamentais no manejo da cultura, visando à obtenção de frutos de boa qualidade, garantindo a manutenção da sua qualidade até a chegada aos consumidores, além de cuidados para vender bem a produção, conseguindo uma remuneração satisfatória”.

O dia-de-campo contou com a presença de delegações de vários municípios, como Planaltino, Itaetê, Boa Vista do Tupim, Rui Barbosa, entre outros, além de grupos de diversos distritos do próprio município de Itaberaba, demonstrando o grande interesse que a cultura está despertando, sobretudo devido ao seu crescimento e progresso naquela região.

“Com união, espírito aberto para novas tecnologias e o apoio dos órgãos públicos espera-se que o agronegócio de abacaxi da região continue a evoluir muito positivamente, irradiando-se para municípios vizinhos nos anos vindouros. Todos deverão ir em busca do objetivo de fazer do abacaxi daquela região uma marca que signifique qualidade e confiabilidade para compradores e consumidores de todo o Brasil, a exemplo do abacaxi de outras regiões brasileiras”, conclui o pesquisador, que propõem inclusive um slogam para o abacaxi Itabarense: “Abacaxi de Iataberaba – a delícia da caatinga”.

Além de Domingo Haroldo, os pesquisadores Aristóteles Pires de Matos, Getúlio Augusto Pinto da Cunha, José Renato Santos Cabral, Otávio Álvares de Almeida, Joselito da Silva Motta, Daví Theodoro Junghans e também o chefe da Embrapa na Bahia, Mario Augusto Pinto da Cunha, participaram do evento.

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