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Negócios – regras mais rígidas para importar carne

Simpósio Internacional. Promovido em Salvador, elegeu a solidariedade sanitária entre países e a rastreabilidade dos produtos de origem animal como alternativa para assegurar mercado externo para carnes do Mercosul.

A solidariedade entre os países do Mercosul para prevenir surgimento e alastramento de doenças em animais destinados ao consumo foi o ponto principal do Simpósio Internacional sobre a Rastreabilidade, realizado no início de novembro em Salvador Praia Hotel. A rastreabilidade permite mapear desde as condições de criação dos animai até a chegada da carne á mesa do consumidor.

Nos países da América Latina a aftosa tem incomodado, porém, é preciso que seus dirigentes tomem providências urgentes para equipar as fronteiras e seus laboratórios veterinários”, diz Hélio de Macedo Soares, Diretor do Centro Regional Sul do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). O IICA é o promotor do Simpósio, que reúne representantes de vários países, entre eles Inglaterra, Estados Unidos e os da América do Sul.

O temor causado nos mercados internacionais depois dos casos de “vaca louca” na Europa e, mais recentemente, no Japão, fizeram com que os países desenvolvidos acelerassem a produção de normas muito mais rígidas de rastreabilidade da carne que é produzida internamente e, especialmente, da que é importada.

O cientista James Andrew, da Universidade de Reding (Inglaterra) é um dos responsáveis pela elaboração dessas normas para a Comunidade Européia e participa do Simpósio Internacional em Salvador. Exemplos de experiências bem sucedidas de rastreabilidade foram citados, como o caso da Sadia (para aves e suínos) e da rede de hipermercados Carrefour, que possui 40 itens que contam com um serviço especial de rastreabilidade.

“Os países do Mercosul que não se adaptarem rapidamente á nova realidade, ou seja, á necessidade de rastrear sua produção de carne, não venderão nada para a Europa e outros continentes”, diz Macedo Soares.

No caso dos Estados Unidos, a cientista Terezinha Padilha, oriunda da Embrapa e que atualmente realiza pesquisas no Labex, em Washington (EUA), caso doenças como a da “vaca louca” atinjam o gado daquele país cerca de 80% dos americanos vão abolir a carne de seu cardápio. “Isso causaria um verdadeiro colapso no mercado mundial”, diz o Diretor do IICA.

O IICA tem atuação em 34 países das Américas e Caribe e vai promover outros encontros internacionais sobre o assunto, de modo a estimular a discussão sobre a rastreabilidade entre os governantes desses países. Em outubro último, lembra Macedo Soares, o IICA promoveu o Fórum Inter regional de Sanidade Agropecuária, em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), além de evento semelhante em Assuncion (Paraguai).

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