Pecuária

Reprodução animal – cobertura a campo segue em alta!

Os criadores de tourinhos mostram-se entusiasmados com a demanda de animais para a estação de monta que se inicia.

A exemplo do mercado de sêmen, os produtores de tourinhos apostam no aumento de vendas na estação de monta deste ano. O consenso tem como base a necessidade de tecnificação por parte do produtor e a recente liberalização das zonas de São Paulo, parte de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso como livres de aftosa por vacina. Os produtores acreditam que, dessa forma, abrem-se as portas para a exportação de carne produzida no país. A isso pode ser somado o crescimento de demanda por raças sintéticas.

Defensor desse novo cenário, Carlos Viacava, criador de sete mil cabeças das quais três mil Nelore Mocho PO, e presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, não hesita em afirmar que “a médio e longo prazos, a carne pode ultrapassar itens de exportação como soja, laranja e café.” Exatamente por isso, é necessário redobrar os cuidados com a aftosa e evitar o aparecimento de qualquer novo foco.

Na opinião dele, meados de 2000 já sugere um ano bom e melhor do que 1999. A seca e a geada devem causar a alta no preço da carne e, conseqüentemente, facilidade na venda dos tourinhos. No ano passado, por exemplo, o preço médio obtido por animal PO comercializado por ele foi de R$ 5,5 mil. A expectativa é de que haja crescimento de 30% no preço médio deste ano, com demanda firme.

Essa esperança deve ser compartilhada com a comercialização de sêmen, já que os dois mercados acabam encontrando-se no topo da pirâmide dos produtores que investem em tecnologia. “Há espaço para ambos os mercados”, garante. Viacava incrementa a venda de tourinhos baseado no que define como trabalho sério e bem divulgado e na fertilidade e precocidade dos animais comercializados.

Maior proximidade com o comprador e tourinhos de qualidade são estratégias de divulgação e de venda usada por Fábio Dias, coordenador de pecuária da CFM e diretor do Programa Montana, que também espera um ano promissor para a estação de monta. A buscar por maior comunicação com os clientes é composta por dias de campo, palestras, marketing, visitas ás fazendas do 20 produtores franqueados do 20 produtores que vendem animais. Montana e visitas monitorizadas ás três fazendas da CFM que comercializam Nelore.

Ele conta que o Programa Montana prevê a venda de 820 tourinhos neste ano, dos quais metade já concretizada nas fazendas dos franqueados, a preços médios de R$ 2 mil a R$ 2,8 mil cada. O aumento dos preços deve ocorrer entre outubro e dezembro, quando será sentido o impacto da seca. No ano passado, a oferta somou 320 touros, com todos vendidos. “Como o programa vive sua fase inicial, pois teve início em 1998, as vendas devem continuar crescendo. Em oito anos, estimamos que o mercado oito mil touros”, afirma ele.

O objetivo é alcançar com o Programa Montana o mesmo desempenho obtido pela CFM com a raça Nelore, que, desde o ano passado, mantém, a marca de 1.750 touros comercializados anualmente. O programa obteve, 1992, o Certificado Especial de Identificação e Produção (CE-IP), que limita oficialmente a venda de reprodutores a apenas 20% dos anis nascidos. O programa Montana também oferece CEIP desde fevereiro deste ano.

Na opinião de Dias, exatamente a possibilidade de oferecer produtos com regras claras e bem definidas no programa de seleção associada ao teste andrológico incentiva novos compradores e amplia a demanda por animais Montana. O preço dos tourinhos é baseado em uma regra internacional, segundo ele. Cada animal eqüivale ao preços de três/quatro bois gordo custar R$ 750, um tourinho alcançará R$ 3 mil.

No ano passado, a rapidez das vendas surpreendeu. Dias conta que os animais foram comercializados entre agosto e novembro. E apenas 10% em fevereiro Há três anos, o forte das vendas acontecia entre setembro e maio. Nos próximos anos, com a esperada tecnificação por parte dos produtores, as vendas por produtores, as vendas por produtores de qualidade tendem a crescer ainda mais.

A expectativa é compartilhada por Fernando Gebara Cunha, proprietários de 1,2 mil animais Brangus e comerciante de tourinhos desde 1997, quando recria e selecionava.

No ano passado, ele começou a oferecer também tourinhos nascidos na sua propriedade. Animado com resultado os resultados de 1999, em que comercializou 80 animais, que completaram dois anos na primavera, a preços com valor referência equivalente a 60/70 arrobas, espera um ano bom. Para isso, aponta o aquecimento da Pecuária, com o aumento das possibilidades de exportação da carne; os necessários investimentos no setor e a valorização da genética; e o próprio crescimento verificado na raça Brangus. “A ferramenta para produzir carne no Brasil é o touro”, assegura.

Entusiasta da raça européia, garante que o “Brangus é a tropicalização do Angus”, máxima da qual já pediu a propriedade industrial. Cunha garante também que o mercado de sêmen e de tourinhos guarda diferenças. E aponta como grande diferenças. E aponta como grande vantagem para a monta natural, a disposição do animal no campo ao longo do tempo de cio das fêmeas.

Ele acredita que a pirâmide da tecnificação seja composta por A – produtores que usem inseminação e alguns e alguns touros para o repasse da inseminação artificial; B, C, D – produtores que utilizam tourinhos para monta natural; E – boi de boiada. “Portanto, o setores de sêmen e de tourinhos não são concorrentes”, define. Cunha estima que o mercado brasileiro necessite de 300 mil touros/ano, enquanto as raças geneticamente controladas possam produzir 50 mil touros/ano. De olho nesses números, aposta na hora do Brangus, quando afirma “o mercado deve crescer acima de 30%”. Para cativar os clientes, o criador recebe individualmente os clientes na propriedade, participa de exposições e de leilões, investe em mala direta, oferece animais com teste andrológico e, garante que, se preciso, troca o tourinhos vendido.

Mercado entusiasmante também é a aposta de José Arnaldo Amstalden, superintendente técnico da Associação Brasileira do Santa Gertrudis (ABSG).Embora as consultas de produtores interessados em tourinhos sejam muitas, ele afirma que há poucos á venda. No ano passado, os animais foram comercializados com idade entre 18 e 20 meses e preço médio de R$ 2 mil. A procura concentra-se em Mato Grosso, Goiás. Pará, Maranhão e Rondônia.

Ele acredita que a raça necessite do aumento de criadores de animais puros. E exatamente a qualidade será a exigência do mercado dos próximos anos. A procura por bons touros implicará em animais que transmitam boa cobertura de carne, boa fertilidade, adaptação ao clima e terminação mais rápida.

Amstalden não aposta na grande concorrência entre a venda de sêmen e de tourinhos, já que os rebanhos nacionais são grandes, o que de certa forma dificulta o uso da inseminação artificial. Ele acredita que em um rebanho um rebanho de 10 mil cabeças, o produtor opte pela monta natural. E, com três mil cabeças, por inseminação artificial.

Na busca por atender ao mercado, a associação criou, em junho deste ano, a Cooperativa dos Criadores de Santa Gertrudis, para coletar e comercializar e comercializar sêmen de reprodutores que tenham se destacado em provas de desempenho e de genética.

João Francisco Danieletto, gerente da cooperativa, explica que, inicialmente, está sendo colhido sêmen de dois touros – TS 648 e TS 160, ambos do criador Jorge Rudney Atalla, detentores de prêmios Elite Ouro, em Sertãozinho. O sêmen dos animais é mantido na Central de Inseminação Tairana, em Presidente Prudente, interior de São Paulo. Mais 10 touros participam do programa, com o sêmen mantido na Sembra Técnicas e Produtos e Reprodução, central localizada em Barretos, também no interior de São Paulo. A expectativa é de que a produção some cinco mil doses no total.

Os touros envolvidos na cooperativa apresentam idade entre um ano e meio e oito anos. Cada produtor cotista participa com cinco mil doses de sêmen e o custo de congelamento é de R$ 2,30 por dose.

O sêmen começará a ser comercializado em outubro deste ano, com preços entre R$ 5,00 e R$ 6,00 a dose, para produtores e também para centrais de inseminação, que terão condições especiais.

Danieletto conta que animais com bom desempenho no melhoramento genético, embora mantidos em outras centrais, também serão convidados a participar do programa. “Dessa forma, o Santa Gertrudis contribui para o crescimento da raça pura e também para e do cruzamento industrial”, garante Danieletto.

Aumentar a qualidade da raça é também o objetivo da Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCAN).

As expectativas para esta estação de monta apontam crescimento em torno de 10%. “Não é possível obter produtividade e qualidade ao mesmo tempo”, explica Marcelo Antonio Franceschi, superintendente técnico de registro genealógico da ABCCAN. Essa média, que se repete, desde 97, é considerada apropriada, já que a criação de bovinos apresenta aumento gradativo de qualidade. As margens anuais devem crescer somente em 2003. O técnico afirma que, durante a estação de monta do ano passado, os preços dos tourinhos entre um ano e meio e dois de idade alcançaram entre R$ 1,6 e R4 2 milhões.

Com o aquecimento que se verifica na economia, estima-se o aumento de vendas neste ano. Fransceshi partilha a opinião de que os mercados de sêmen e de tourinhos sobrevivem sem problemas. Afinal, existem fazendas preparadas para usar inseminação artificial e fazendas que optam por monta natural. O produtor de carne sabe que precisa escolher uma das duas soluções ou, até mesmo, ambas”, garante.

Para a promoção dos animais, a associação costuma realizar dias de campo, com médias de 10 ao ano; exposições, em torno de 14 por ano; anúncios em revistas e televisão.

Ele sugere aos produtores extremo critério na escolha de touros para as matrizes e a adoção de cuidados como mineralização, sobra de pasto, vermifugação e controle para bom desempenho dos touros e matrizes.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *