Pecuária

Qualidade custa, mas vale!

Segundo as principais empresas especializas na venda de sêmen instaladas no Brasil, nos últimos anos, o criador aprendeu a pagar mais por animais realmente melhoradores. Projetando o retorno de seus investimentos a médio e longo prazo. Isso vem contribuindo para disseminar ainda rapidamente em nosso rebanho a melhor genética leiteira disponíveis hoje.

Não é o preço que determina a escolha do reprodutor que faz o acasalamento genético na propriedades leiteiras do Brasil. Dados das centrais de inseminação artificial apontam que o pecuarista brasileiro busca, antes, touros provados em leite, úbere e que sirvam para novilhas. Os valores ficam em quarto lugar numa escala de fatores que definem a compra do sêmen. Um cenário que, segundo Auro Marcos Levy de Andrade, membro do Conselho Técnico da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), traduz a importância do produtor conseguir o melhor custo/benefício em seu rebanho. Sem dúvidas, o fator preço influencia na escolha do touro, mas não é determinante na decisão de compra de seu sêmen.

Para ilustrar, Andrade comenta que, dentre o material dos 10 reprodutores mais vendidos, os mais baratos (abaixo de R$ 15,00) não representam, necessariamente, os de maior comercialização. Também não significa que a genética mais cara (acima de R$ 30,00) apareça na liderança das negociações. Existem valores intermediários, Existem valores intermediários, chamados de custo comercial (de R$ 15,00 a R$ 30,00), que comandam a linha de frente das transações nas centrais de inseminação artificial. Prova de que o produtor não é comprador de preço, mas de genética. Assim, sabe que sêmen não é um artigo de prateira e que possuí importante valor agregado para a melhoria de seu rebanho. Não há dúvidas de que as margens de lucro do mercado leiteiro são pequenas, mas R$ 2,00 ou R$ 3,00 a mais no orçamento, que beneficiará toda uma geração na propriedade, não podem ser encarados como despesa.

No entanto, torna-se fundamental observar as metas da fazenda, o sistema de produção adotado e as condições regionais em que o plantel está inserido. Não adianta gastar com uma genética não apropriada á realidade de trabalho do local. É por isso que se percebe diferença nas opções entre o pecuaristas nacionais. Onde os rebanhos especializados predominam, como no Sul de Minas, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, as preocupações estão concentradas nas características leite, úbere e aprumos. Nas áreas em que predomina o gado cruzado, cujo manejo utiliza a fêmea para a produção leiteira e o macho para abate, não se preserva os rigores nos aprumos. Os criadores procuram animais aptos para leite e úbere, mas com bom tamanho e pelagem escura, para proteger do sol. Uma iniciativa bastante sábia por parte do produtor, que usa o bom senso para adquirir o material genético que interessa, ressalta Andrade.

Nesse sentido, o gerente de Marketing e Leite da Lagoa da Serra/Holland Genetics, Jan Willem Salomons, acrescenta que criatórios de Minas Gerais preferem reprodutores de saco preto, justamente porque a característica para as filhas, que terão úberes da mesma cor, garantindo maior resistência ao calor.

Trata-se de uma particularidade não notada no Sul do País, onde o clima é diferente e os animais não têm problemas de alta temperaturas.

No que se refere á preocupação incondicional por volume conta com maior ênfase junto aos criatórios que utilizam o sistema extensivo. Os pecuaristas mais tecnificados procuram uma genética mais profissional, com um equilíbrio maior entre leite e tipo. Em qualquer circunstância, a genética Holandesa aparece como a mais negociada. Na Lagoa da Serra/Holland Genetics, 80% das vendas de sêmen para a pecuária leiteira refere-se a reprodutores da raça. O Gir Leiteiro vem com 8%, o mesmo percentual do Jersey, seguindo pelo Pardo-Suíço e Girolando, que, juntos detém 4%. Mantendo-se tais índices, a empresa pretende, em 1999, atingir a comercialização de 1,4 milhão de doses, das quais 400 mil relativas a raças leiteiras – em 1998 foram 1,15 milhão, sendo 330 mil da área de leite. Segundo Salomons, a preferência pelo Holandês está diretamente ligada á formação do Girolando, a base de pecuária leiteira no Brasil. Mesmo assim, há espaço todas as raças.

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