Pecuária

Zebu tem seu lugar no leite!

Na região do oeste de Minas Gerais, mais precisamente no município de Arcos, o Gir Leiteiro conta com um defensor nato. Pra começar, diz que zebu leiteiro é a melhor opção tanto para o produtor quanto para o consumidor. “Isso porque trata-se da produção do leite ecológico, a pasto, que não precisa de substâncias, como os antibióticos”, justifica esse tradicional criador da raça, dono da Fazenda Calciolândia, Gabriel Donato de Andrade.

Para ele, não há dúvidas de que a raça conta com potencial suficiente para atender às exigências de um Brasil com produção a campo, base da leiteria nacional. Nesse sentido, argumenta que a realização dos testes de progênie tem ligação direta com a melhoria do rebanho. “Com a indicação dos touros provados, passamos a acertar muito mais do que antes. São dados oficiais, que colocam a raça num caminho profissional e técnico, comprovando cientificamente as reais características dos animais. Assim, não há dúvidas de que a raça exercerá importante papel no cruzamento com holandês, na formação de vacas F1”.

A Calciolândia participa dos acompanhamentos da Embrapa/ Gado de Leite desde 1985 e, atualmente, possui o touro número um da listagem da progênie para produção de leite e gordura do Gir Leiteiro: Benfeitor Raposo da Cal. Na última Expozebu, ocorrida de 30 de abril a 10 de maio, em Uberaba, a propriedade saiu vitoriosa do 21º Concurso Leiteiro. A vaca Holanda da Calciolândia surpreendeu com a maior produção oficializada em concursos leiteiros da raça Gir no Brasil. Obteve 44,74 kg de leite/ dia e apresentou-se como a melhor produção geral entre todas as raças. Com o resultado, foi vendida no 8º Leilão Tradição, realizada durante a exposição, consagrando-se como o animal de maior valor, pelo preço de R$ 36.000,00. “Os progressos alcançados pela fazenda são visíveis”, argumenta o agrônomo Ronaldo Santiago, que, para a propriedade, ao lado do zootecnista Adilson de Paula Almeida Aguiar.

Destinado para produção a campo, o Gir Leiteiro apresenta vantagens sanitárias e econômicas frente a raças mais frágeis à realidade brasileira. De acordo com Santiago, atualmente, os índices do Gir ficam limitados às más condições das pastagens nacionais. “Com o pastejo rotacionado, ocorre um nítido crescimento no desempenho dos animais. Na época das chuvas, a média geral nesse tipo de campo é de 12 litros/vaca/dia. O Gir atende isso com sobras, tornando-se o leite mais barato que se pode produzir hoje”, diz ele, lembrando da resistência da raça às doenças tropicais, sem a dependência do uso carrapaticidas, bernicidas, vermifugos etc. Nos períodos de verão, de outubro a maio, todo gado da Calciolândia fica em pastejo rotacionado de Napier e Tanzânia.

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