Pecuária

A lição que vem dos franceses

Ver a raça nos Altos dos Pirineus permitiu avaliar com bastante segurança o Blonde D´Aquitaine nas mais diversas situações de manejo, comprovando sua rusticidade e sua enorme capacidade de conversão alimentar. Essa é a afirmação de Horácio Nascimento, criador que, junto com uma delegação de criadores brasileiros, esteve presente na nacional da França, em Setembro último. As diferenças entre os dois países no que diz respeito ao sistema de criação a até no que diz respeito a concepção do negócio, são enormes. ” Nas diversas fazendas visitadas, o que mais chamou a atenção foi a simplicidade do manejo, que favorece a rusticidade, e a fertilidade da raça”, explica Horácio, acrescentando que, na França, a inseminação artificial é responsável por 40% das crias, utilizando os touros testados pela Midatest, e o restante para monta natural. Já a parcela de transferência de embriões, mesmo lá, ainda é pequena. Quase 560 dos embriões coletados ( só de animais testados) destina – se à exportação, para a Austrália, principalmente.

Midatest à brasileira

A grabde preocupação dos franceses com os testes de progênie e o rigor na escolha de qualquer animal para ser reconhecido como melhorador de raça, é o exemplo, que, segundo a maioria, deve ser seguido no Brasil. Em razão disso a própria associação brasileira demonstrou interesse em dar mais enfase a eventos como a Prova de Ganho de Peso de Sertãozinho, que os diretores da associação querem, inclusive, oficializar. A nova diretoria técnica pensa, nos mesmos moldes do projeto que a multinacional Yakut já realiza com a raça Nelore, iniciar um projeto de seleção e avaliação dos 10 melhores animais colocados na prova de Sertãozinho, e premiar em dinheiro o criador do animal que obtiver a primeira colocação ( por performance e não por fenótipo). Os proprietários dos 10 animais melhores colocados terão direto a inseminar cerca de 12 fêmeas cada com o animal vencedor de Sertãozinho, o que permitirá uma avaliação eficiente de sua progênie. Após a aprovação, o proprietário receberá um novo prêmio em dinheiro e o animal será enviado para uma central de inseminação de renome para e posterior comercialização do sêmem a todos os interessados. A medida, importante para disseminar Blonde de qualidade por todo o País, se baseia em proposta apresentada pos Adriano Rúbio e já aprovada pela associação.

Visita proveitosa

Durante a programação, os criadores puderam ver de perto algumas propriedades onde nasceram touros famosos e melhoradores, como Elephant, originário de uma fazenda cuja sede está em uso desde 1.830, Bazzoka e Fillou, de propriedade de Madame Hautant, que, conta Horácio, foi convidada pela associação brasileira a vir julgar uma exposição no Brasil em 99 e aceitou. A delegação brasileira ficou também impressionada com a qualidade do gado levado à pista durante a exposição. ” Na pista de julgamentos, categoria equivalente a touro maior no Brasil, todos os animais participantes tinham mais de 1.000 Kg. Os tres primeiros colocados estavam na faixa médica dos 1.350 Kg e caminhando normalmente e com bons aprumos”, lembra. A presença, na delegação brasileira, de dois integrantes do conselho técnico da ABCDA ( Dr. Flávio Krebs Ramos e Dr. Adriano Rubio Jr.) permitiu a todos os integrantes da viagem uma melhor visão radial dos animais vistos e uma avaliação comparativa nos julgamentos visando sempre o melhor padrão do Brasil. Numa visita a um frigorífico comercial da cidade e Pau, constatou – se o alto rendimento da carcaça dos Blondes partidos e a preferência que tanto os frigoríficos quantos os supermercados dão ao Blonde D´Aquitaine. Uma caraça limpa de macho Blonde D ´Aquitaine com 19 meses – jeunne bovine, como é chamado – registrou 372 Kg, mostrando a precocidades e o rendimento. A ABCBA programa além do calendário oficial de 99, uma nova visita à frança para a Exposição da Feira Nacional de Agricultura em Paris, no mês de março.

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