Segunda grande feira agrícola do ano, a 17ª edição da Expodireto cotrijal veio para confirmar as expectativas mercadológicas esperadas pelas principais empresas do agronegócio no começo do ano.
Realizado na cidade de Não-Me-Toque, a aproximadamente 280 km de distância da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, nos cinco dias de evento, foi registrada a presença de mais de 230 mil visitantes. Francisco Schardong, diretor administrativo da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), diz que como legítimos defensores e representantes dos produtores rurais, há o máximo de carinho com essa feira. “Desde a primeira edição o sistema Farsul se faz presente. E realmente temos o compromisso de estar aqui, porque consideramos esta, a maior vitrine tecnológica do Brasil”, declara. Ele comenta que o evento deu a oportunidade dos visitantes conhecerem os pontos em que a Farsul trabalha atualmente. “A intenção era que todos tomassem conhecimento do que fazemos e proporcionamos”.
O diretor comenta que o ano de 2015 é diferenciado, devido ao problema econômico em que o Brasil atravessa, com isso, a principal palavra para acalmar o setor é gestão. “E isso se busca em cima das tecnologias que produzem mais, cus-tando menos”, diz. Para Schardong, a Expodireto serviu como um alerta para o mercado. “Esperamos que o setor tenha entendido a situação que o País atravessa, e que o pulo não seja maior que a perna”, declara.
Vitrine de novidades
Aproveitando o grande movimento da feira, a Embrapa Produtos e Mercado lançou durante a semana, três novas cultivares de inverno. A primeira delas é a BRS Marcante, cultivar de trigo, que tem como característica grande potencial de rendimento e a estabilidade na qualidade da farinha. “É um trigo tipo pão e estável. Isso é importante, pois independente se está sendo plantada em Não-Me-Toque, em Passo Fundo, ou em Santa Rosa, ela vai ter o comportamento esperado e com alta qualidade, que é o que se mais busca nas novas variedades de trigo”, declara Márcio Pacheco da Silva, responsável técnico pela produção de sementes básicas da entidade. Segundo ele, a BRS Marcante tem potencial pra produção acima de 4 mil kg/ha. Outra novidade apresentada, e está para o mercado de cevada, é a BRS Korbel. Esta cultivar é designada para a produção de malte e tem duas características que a diferenciam das demais. “Primeiramente ela tem produtividade de 4.500 kg/ha. E, é resistente ao oídio, doença importante na cultura, que limita as lavouras de produção”, declara.
Silva diz que a terceira novidade é o BRS Progresso, cultivar de centeio que além da produtividade, tem como diferencial ser direcionada para a produção de grãos, o que contribui para o mercado, uma vez que o consumo dos derivados do centeio é alto. “O que fica claro para nós é que a feira é focada em ajudar o agronegócio a crescer cada vez mais no cenário nacional e mundial. E aqui, nossos produtos são apresentados a quem realmente irá usá-los, ou seja, o produtor rural”, declara.
Também com estande bastante movimentado, a Tropical Melhoramento & Genética (TMG), levou para o evento variedades de soja adaptadas para região Sul. “Elas se destacam e tem características diferente das outras, que são resistentes à ferrugem asiática. Temos visto que estas variedades estão trazendo uma ajuda significativa ao produtor no tratamento de sementes”, declara Francisco Soares, diretor geral da TMG.
Soares comenta que esta foi a primeira vez que a empresa esteve presente na Expodireto e a receptividade do público foi satisfatória. “Tivemos muitas visitas e alta procura pelas novas tecnologias”, diz. Para ele isso se deve ao o perfil da feira, que atrai muitos agricultores e pessoas que de fato estão dentro do campo, interessados em agregar valores à produção.
Bons negócios
Além das novidades, apresentar portfólio aos visitantes se torna uma ferramenta interessante para as empresas do agro na hora de realizar negócios. Nesta edição da feira, os 530 expositores que lá estiveram, geraram o total de R$ 2. 182.196 bilhões, número menor do que o montante gerado em 2014 – R$ 3.203.318 bilhões.
Em busca de novos clientes, a Stihl, por exemplo, levou para o evento toda sua linha de produtos, focando principalmente nos produtos a bateria e na tecnologia de regulagem automatizada. “O público agrícola é o nosso mercado. Hoje, 60% das nossas vendas aqui no Sul são para esta gama. Tanto que a média de visitantes em nosso estande durante a semana foi de mil pessoas por dia, e isso é gratificante para nós”, declara Marcos Guedes, consultor de vendas da Stihl.
O evento deu a oportunidade dos visitantes conhecerem os pontos em que a Farsul trabalha atualmente. A intenção era que todos tomassem conhecimento do que é feito e proporcionado.
Guedes comenta que a maior procura foi em cima do soprador para limpeza de máquinas agrícolas. “Isto se deve a alta qualidade em tecnologia que oferecemos aos clientes. Sempre estamos desenvolvendo pesquisas, visando o avanço no mercado”, diz. O consultor comenta que os produtos da empresa são basicamente desenvolvidos na Alemanha, com tecnologia própria. “Sem dúvidas, este é o nosso grande diferencial”.
Já Emydio Gaio, consultor de vendas da Titan para região Sul, diz que a companhia levou a linha de pneus agrícola Goodyear radiais e diagonais, além dos produtos para aplicação em tratores, colheitadeiras, pulverizadoras, entre outras. Segundo ele, são dois os fatores que atraem o agricultor para a Expodireto. “Primeiro os lançamentos, com todas as novidades apresentadas. E depois, a busca por preços atrativos, com condições diferenciadas para a lavoura”, declara.
Gaio diz que para este ano, a empresa vê que o produtor vai dar preferência em fazer a manutenção dos seus equipamentos do que comprar novas máquinas. “Estamos preparados para isso. Vamos servi-los com uma linha de pneus novos que garantirão qualidade à produção”, diz. O consultor revela que para o mercado de reposição, a companhia projeta um crescimento de 5% nas vendas em todo Brasil.
