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Lavoura de arroz apresenta custo de produção mais elevado em 2022

A Embrapa possui um amplo portfólio de cultivares de arroz irrigado por inundação ou por aspersão e de terras altas para serem cultivadas em diferentes localidades, tanto no Sul, no Centro-Oeste e Norte do país.

As projeções de produção e consumo de arroz para 2022, no entanto, mostram uma situação apertada para a lavoura de arroz no Brasil. Enquanto a produção esperada é de 11,4 milhões de toneladas, o consumo nacional fica, também, em 11 milhões de toneladas; importamos 1 milhão de toneladas e devemos exportar outros 1,4 milhão de toneladas.

As estimativas para a projeção de área plantada de arroz mostram que deverá ocorrer redução de área nos próximos anos. A área de arroz vem caindo ano a ano, segundo a Conab, e no Rio Grande do Sul está estagnada ou com ligeira tendência de aumento. As adversidades climáticas (escassez de chuva na região Sul; excesso de chuvas no Tocantins) podem limitar a produtividade na safra 2021/22.

Na safra 2021/22 os custos de produção do arroz tiveram altas consideráveis, especialmente devido à alta de preços dos insumos utilizados na lavoura.

Para se ter uma ideia, em março de 2021 a Conab divulgou uma lavoura de arroz de terras altas em Sorriso (MT) na safra 2021/22 se esperava produzir 3.250 kg/ha (~54,17 sc 60 kg) ao custo total de R$ 5.363,02/ha, ou seja, custo médio de R$ 99,00/sc 60 kg.

Em 31/01/2022, o preço pago ao produtor em Sorriso (MT) pela saca de 60 kg girava em torno de R$ 73 a 75,00. Então, nestas condições o produtor precisaria receber R$99,00/sc 60 kg ou colher pelo menos 71,50 sc de 60 kg/ha para cobrir seus custos de produção.

Neste mesmo período de março/2021, a Conab também divulgou os custos de produção da lavoura irrigada no RS. Em Uruguaiana, em 31/01/2022, o preço pago ao produtor pela saca de 50 kg gira em torno de R$ 60,00. Em Pelotas/RS, o preço atual está em torno de R$ 66,00/sc de 50 kg.

Nestas condições, o preço mal cobre os custos de produção, até mesmo, porque em algumas áreas a produtividade será menor devido a falta d’água para irrigar e, com isso, o custo de produção médio (de cada saca) sube ainda mais.

Neste contexto, de acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) indicam safra de grãos recorde (289 milhões de toneladas, 14% a mais que a safra de 2021) para 2022, mas, no entanto, o custo de produção deve ser um dos mais altos da história.

Entre os fatores que devem determinar o custo de produção mais altos no Brasil estão o câmbio apreciado (dólar alto), os elevados custos logísticos, o abastecimento de insumos (fertilizantes estão escassos no mercado internacional, boa parte da matéria-prima dos fertilizantes é importada, o que impacta os custos de produção) e o fenômeno climático La Niña, com chuvas acima da média histórica no centro do país, mas muito abaixo da média na região Sul, que é responsável por 80% da produção nacional de arroz.

Para o Valor Bruto da Produção (VBP), que mede o faturamento da atividade “da porteira para dentro” na agricultura e na pecuária, a expectativa é que a elevação de receita ocorra em menor ritmo frente a anos anteriores. O VBP deve ser de R$ 1,25 trilhão em 2022, crescimento de 4,2% em relação a 2021.

Foto: Sebastião Araujo / Divulgação Embrapa

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