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Brasil deve quintuplicar exportações de café para Emirados Árabes

Com uma longa tradição de consumo de café, já que a planta foi descoberta na Etiópia e levada para a Arábia Saudita no séc. XV, os países árabes são um mercado promissor para o café brasileiro. Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram que, de janeiro a agosto de 2021, o Brasil exportou para os EAU 93,8 mil sacas ou 0,35% do total de exportações, com receita de US﹩ 12 milhões. E esse volume tende a crescer.

Segundo estudo da Apex-Brasil sobre o mercado de bebidas quentes nos países árabes, a grande população de estrangeiros dos EAU contribui para o aumento do consumo deste tipo de bebida, havendo preferência por cafés de excelência. Jovens consumidores de alta renda também preferem produtos com Certificação de Origem e cuja produção seja sustentável.

Outro ponto positivo para os exportadores brasileiros é a ausência da cobrança de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), proporcionando vantagens em relação a outros mercados. Além disso, o estudo também destaca que 82% do PIB dos EAU provém de exportações, pois o país é um hub exportador para o Oriente Médio e Ásia.

Alta qualidade

Com olho nesses e em outros mercados internacionais, a produção dos cafés especiais brasileiros tem firmado sua qualidade a cada dia. Prova disso são os resultados da fase Nacional do Cup of Excellence – Brazil 2021: dos 743 lotes inscritos, 203 tiveram nota acima de 86 pontos – 125 receberam pontuação igual ou superior a 87 (a qualificação vai de 0 a 100). Todos foram classificados para a final, ao invés da previsão inicial de 100 lotes. O concurso é o principal evento para qualificar cafés em todo o mundo e, no Brasil, é realizado pela BSCA em parceria com a Alliance for Coffee Excellence (ACE) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A definição da BSCA de café especial é aquele cujos grãos são isentos de impurezas e defeitos, com sabores e cheiros diferenciados. A bebida resultante é, portanto, limpa e doce, com corpo e acidez equilibrados. Os cafés especiais devem ter qualificação acima dos 80 pontos na análise sensorial (que varia de 0 a 100). Além dessas qualidades técnicas sensoriais, também devem ter rastreabilidade certificada e respeitar critérios de sustentabilidade ambiental, econômica e social em todas as etapas de produção.

O cuidado para se ter uma bebida de alta qualidade, no entanto, vai muito além da produção. Segundo a Gold Box, a torrefação, a moagem e a pureza da água são imprescindíveis para a excelência da bebida que chega à mesa.

Foto: Shutterstock

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