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Exportações de aves e suínos devem bater novo recorde em 2021

Mesmo diante das adversidades enfrentadas desde o início da pandemia, a produção e as exportações de carne de frango, de carne suína e de ovos devem registrar crescimento e novos recordes em 2021, conforme projeções traçadas pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

No caso da carne de frango, os levantamentos da ABPA indicam que aprodução nacional deverá totalizar entre 14,100 e 14,300 milhões de toneladas, ou o equivalente a 3,5% de crescimento em relação ao total produzido em 2020, com 13,845 milhões de toneladas. Caso seja confirmado, será o maior volume de produção já registrado pela avicultura nacional.

Deste total, espera-se que entre 9,550 e 9,800 milhões de toneladas sejam direcionadas para o mercado interno, número até 2% superior ao destinado em 2020, com total de 9,614 milhões de toneladas. Com isso, o consumo de carne de frango deverá alcançar o patamar de até 46 quilos per capita, um incremento de 1,5% em relação ao registrado no ano passado, com 45,27 quilos.

Já as exportações de carne de frango deverão totalizar entre 4,500 e 4,550  milhões de toneladas, volume até 7,5% em relação às 4,231 milhões de toneladas embarcadas em 2020. Se a maior variação de crescimento se confirmar, será um novo recorde histórico para a avicultura nacional.

Com relação às expectativas de carne suína, a produção brasileira deverá alcançar até 4,700 milhões de toneladas, volume 6% superior ao registrado no mesmo período de 2020, com 4,436 milhões de toneladas. Confirmada essa projeção, será um novo recorde de produção para a suinocultura nacional.

Para o mercado doméstico, espera-se a destinação de até 3,600 milhões de toneladas, número 5,5% maior em relação a 2020, com 3,412 milhões de toneladas.  Neste quadro, o consumo per capita deverá chegar a 16,90 quilos, índice 5% superior ao registrado em 2020, com 16,06 quilos.

No mercado internacional, as exportações de carne suína poderão alcançar 1,150 milhão de toneladas, número até 12% maior que as 1,024 milhão de toneladas exportadas em 2020.

Por fim, no caso do setor de ovos, a produção brasileira deverá chegar a 54,503 bilhões de unidades neste ano, número 2% maior que as 53,533 bilhões de unidades registradas em 2020 – novo recorde setorial.

Confirmada essa projeção, o consumo de ovo chegará a 255 unidades per capita, novo índice histórico, com alta de 1,5% em relação ao índice registrado em 2020, com 251 unidades.

Fatores que influenciaram as projeções

De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o comportamento da produção foi especialmente influenciado pela manutenção da demanda interna, mesmo em meio ao quadro crítico gerado pela pandemia de Covid-19.

“Os programas de apoio à renda em função da pandemia, somados a uma melhora do quadro econômico e da vacinação no País têm delineado um cenário de sustentação da demanda por produtos de aves, suínos e ovos no mercado brasileiro.  Neste contexto, o suprimento segue ajustado à demanda”, analisa Santin.

Já no mercado internacional, conforme o diretor de mercados da entidade, Luís Rua, a consistência da demanda asiática por aves e suínos, atrelada ao aumento da procura em clientes tradicionais como o Oriente Médio e a União Europeia, reforçaram a expectativa de recorde nas exportações das duas proteínas.

“Isto, sem gerar qualquer pressão de disponibilidade de produtos no Brasil.  Ao contrário, temos mantido também a oferta para o consumidor brasileiro, que é o principal destino de nossa produção”, completa o diretor da ABPA.

Apesar disto, o setor produtivo tem enfrentado desafios severos em relação ao equilíbrio dos custos de produção, com altas históricas em praticamente todos os insumos, como o milho, o farelo de soja, o diesel, embalagens plásticas e de papelão, energia elétrica e outros.

“Felizmente, graças ao apoio da Ministra Tereza Cristina, o setor produtivo vem obtendo importantes avanços para o enfrentamento deste quadro, com medidas voltadas para a redução da pressão e das assimetrias existentes no mercado de grãos, especialmente a partir do segundo semestre de 2020”, completa Santin.

Foto: Martin Jaroš / Unsplash

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