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Temporada de jabuticaba movimenta turismo rural em Hidrolândia

Uma das épocas mais deliciosas do ano, a temporada de jabuticaba começou oficialmente nesta semana em Hidrolândia, município da Região Metropolitana de Goiânia, que já atrai milhares de turistas provenientes de diversos cantos do Estado e até de outros países. O Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), realiza o acompanhamento dos produtores rurais da cidade, que encontraram no fruto sua principal fonte de renda.

Segundo a extensionista social da Emater, Alenir Batista (foto), já foram mapeados em Hidrolândia nove estabelecimentos que não só cultivam jabuticaba mas também abrem as porteiras para receber visitantes que queiram passar o dia debaixo da sombra das árvores degustando as frutas. Em parceria com a Prefeitura Municipal, a Emater está articulando ações para fortalecer a cadeia produtiva de jabuticaba e o turismo rural na região.

O levantamento inicial feito pela Agência aponta que o município conta com 113 pomares cadastrados. A área total plantada corresponde a 254 hectares, com mais de 64 mil pés, o que gera uma produção anual de em média 6 mil toneladas. Os números colocam Goiás como o maior Estado produtor de jabuticaba do País, conforme a Radiografia do Agro publicada este ano pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Grande parte da produção goiana está concentrada na Fazenda Jabuticabal, no Distrito de Nova Fátima. A propriedade detém o maior pomar de jabuticaba do mundo, com 42 mil jabuticabeiras distribuídas em uma área de 100 hectares. Pioneiro, o local realiza atividades de ecoturismo desde a década de 1960, chegando a receber atualmente mais de duas mil pessoas em um único final de semana.

Com a produção abundante, é possível executar outras atividades e desenvolver subprodutos fabricados a partir da jabuticaba. A vinícola, estrutura onde a fruta é processada para a fabricação de vinho, demanda de 3% a 5% do volume colhido no pomar. Além disso, parte é comercializada para o setor industrial e vendedores autônomos. “A jabuticaba é a nossa maior fonte de renda. Ela é a salvadora da pátria”, afirma o dono da Fazenda Jabuticabal, Paulo Antônio Silva.

O empreendimento dispõe de uma série de atrações para os turistas, como um museu para contar a história da vinícola e expor objetos antigos clássicos: uma roda de fiar, um tear, um carro de boi e um moedor de café. Os visitantes também podem comprar produtos derivados da jabuticaba comercializados por agricultores familiares da região. O espaço, coordenado com apoio da Emater, foi cedido para oferecer novas oportunidades de venda aos pequenos produtores, já que o fluxo de pessoas na fazenda é grande durante o período de safra.

Tendência

A Fazenda Jabuticabal inaugurou um movimento que hoje é bastante popular na cidade de Hidrolândia. Lá, o primeiro pé foi plantado em 1947, dois anos após a Segunda Guerra Mundial, por Antônio Batista da Silva, pai de Paulo Antônio Silva. Pouco tempo depois, com a gradual expansão da área de cultivo, famílias começaram a pedir para alugar uma árvore e passar a tarde comendo as frutinhas diretamente da planta. Foi assim que o local deixou de ser apenas um estabelecimento agropecuário para se tornar um importante negócio turístico.

De forma parecida, a história se repete em outras propriedades, como a fazenda de Edilson Teodoro, que tem dois mil pés de jabuticaba. As primeiras mudas foram plantadas há mais de cinquenta anos pelo pai de Teodoro, atraindo visitantes logo nas colheitas iniciais. O pomar é voltado apenas para a atividade turística, recebendo o recorde de trezentas pessoas em um único domingo, geralmente o dia mais cheio da semana.

Apesar da safra durar apenas cerca de três meses, de setembro a novembro, os recursos obtidos por meio do ecoturismo são fundamentais para os investimentos nas propriedades. A extensionista social da Emater, Alenir Batista, destaca o papel socioeconômico da jabuticaba na região. “Aqui no Edilson, por exemplo, mesmo que ele não contrate trabalhador, toda a família dele está envolvida nas atividades com o fruto. Em outras propriedades maiores, além da família, pessoas são contratadas, gerando emprego e renda para o município”, diz.

Foto: Fernanda Garcia/Emater

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