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Prevenir doenças no feijão é o melhor remédio

Rural 275 / junho 2021 – O cultivo de feijão no Brasil atualmente é dividido em três safras, e tem, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mais de 900 mil hectares cultivados. O plantio da primeira safra se inicia ao final de setembro, começo de outubro, dependendo das condições climáticas, e se estende por todo território nacional. Já a segunda vem logo após a colheita da soja ou do milho verão, ou seja, é plantada por volta de janeiro ou até mesmo final de dezembro, sendo mais destinada para a região Sul.

Quando vamos para a terceira safra, que é irrigada, o plantio começa na segunda quinzena de maio, com área acentuada no Centro-Oeste, mas, já passando para Estados do Norte, além de Mato Grosso, e região Sul de São Paulo, onde há um cultivo significativo nesse sistema. “Essa safra é de alto investimento tecnológico, o que nos dá um feijão de qualidade para o consumidor final e toda cadeia agro”, declara Agmar Macedo Assis, da área de desenvolvimento de mercado da Basf.

Nem tudo são flores

Mesmo com a boa produção e expansão da cultura, os agricultores precisam estar atentos, pois algumas doenças fúngicas podem invadir e acabar com a produtividade da lavoura. “Elas estão presentes no ciclo da cultura desde o plantio, até o final da colheita, e um fungo de solo que tem se agravado é o Fusarium (fusarium oxysporum f.sp. Phaseoli), que se manifesta em áreas que há muitos anos têm cultivo”. Dessa maneira, já na fase inicial é preciso entrar com sementes de qualidade, que passaram por um tratamento já prevenindo a infecção.

Na fase vegetativa a preocupação é com a Mancha Angular (Pseudocercospora griseola) e principalmente com a Antracnose (Colletotrichum lindemuthianum). “Temos que prevenir a entrada dessas doenças, pois são severas. A Antracnose pode vir à semente, o que já impossibilita grande parte do seu controle, ficando ainda mais grave durante o ciclo produtivo, podendo tirar até 100% da produtividade”, diz Assis. Outra conhecida do produtor e que merece atenção é o Mofo Branco (Colletotrichum lindemuthianum), doença que varia de acordo com as regiões e com o clima, mas, que é bastante severa para a cultura.

“São enfermidades que diminuem o potencial da produtividade e qualidade que é vista no feijão. Sendo assim, o cuidado é fundamental e acredito que temos boas ferramentas no mercado para o controle delas”, diz.

Manejo é ponto-chave

Monitoramento, aplicações preventivas, rotação de culturas e saber o histórico das áreas plantadas englobam todo os cuidados que o produtor pode adotar. “Não há uma receita de bolo, mas sim uma integração de práticas que devem ser feitas de acordo com o sistema produtivo das áreas cultivadas”. O especialista lembra que em cada época de plantio, temos uma pressão diferente dessas três principais doenças fúngicas. “O homem do campo deve estar atento dia após dia”, comenta.
Para auxiliar o agricultor, as tecnologias ofertadas através de fungicidas vêm mudando ao longo dos anos, e sendo inovadas a cada safra, com novas proteções e eficiência. “Além dos pilares de manejo e planejamento, as tecnologias se aperfeiçoam cada vez mais e as companhias oferecem o que tem de melhor para os clientes”. Em cima disso, Assis declara que a Basf preza pelo manejo de resistência dos produtos e recomenda as aplicações preventivas. “A intenção é blindar a planta contra a entrada de fungos, por isso trabalhamos a primeira aplicação com Triazol e Estrobilurina”.

No portfólio a companhia tem, por exemplo, o Opera Ultra, que age na fase preventiva, de acordo com o intervalo de aplicação. “A recomendação é que se respeite 15 dias para fazer uma segunda aplicação com Estrobilurina e Carboxamida, que é o Orkestra, e que traz alta seletividade para a cultura”, diz Assis. Segundo ele, o feijão é uma cultura sensível, e o Orkestra traz, principalmente na fisiologia de planta, a manutenção da florada, encaixando-se no primeiro botão floral.

Para o fim do ciclo da cultura, e aí vai depender de cada variedade, podendo fechar com uma ou mais duas aplicações de fungicidas, a empresa recomenda fechar com o próprio Opera Ultra, em se tratando de Antracnose e a Mancha Angular. “Ainda temos um multissítio, o Status, que também contribui no controle dessas enfermidades, auxiliando tanto o Opera Ultra, quanto o Orkestra”.

Sem esquecer do Mofo Branco, a Basf traz o Spot, que além da ação preventiva, controla o escleródio, impedindo que ele germine e infecte a planta. “O momento de controle é no primeiro botão floral, pois é quando começa a infectar a cultura”, conta.

Recomendações dadas

Para que tudo dê certo e a produtividade seja registrada ao final da colheita, primeiramente é importante que o produtor rural entenda a importância da utilização de fungicidas em sua plantação. “A Antracnose pode trazer perda total da produção. Claro que isso vai variar de quantas aplicações de fungicidas ele vai utilizar na área, o momento de entrada, se a semente é de alta qualidade, entre outros pontos. Mas, a questão de perdas está ligada ao manejo do agricultor, se não fizer, não tem como prosperar”, declara o especialista.

Depois, é fundamental que o homem do campo siga as doses recomendadas de cada produto e de cada manejo, para evitar a superdosagem, ou então, a quantidade insuficiente para o tratamento. “Fazemos diversos ensaios e pesquisas, então ao instruirmos o produtor, sabemos do que estamos falando. Ele pode confiar e executar”.

Assista a reportagem exibida no programa Revista Rural:

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