Agricultura

Área de grãos no Brasil deve ter salto pelo 11º ano consecutivo

Os produtores brasileiros iniciam o plantio da safra 2020/21 de grãos com projeções iniciais que apontam para um salto na área plantada pelo 11º ano consecutivo, totalizando 67,74 milhões de hectares no país, com alta de 2% sobre o ano de 2020, e potencial de produção preliminar de 276,32 milhões de toneladas, cerca de 6% acima do recorde da temporada anterior, segundo a Consultoria DATAGRO.

“Observamos que esta nova temporada está próxima de se iniciar com um quadro bem mais animador do que o verificado em igual momento de 2019, em função de razoável oferta de crédito e preços excepcionais observados nas principais culturas”, afirma o coordenador de Grãos da DATAGRO, Flávio Roberto de França Junior.

Considerando os dados das oleaginosas levantadas pela DATAGRO na estimativa (caroço de algodão, amendoim, colza/canola, girassol, linhaça, mamona, soja, babaçu-amêndoa e palma-fruto), a área em 2021 tem estimativa de 39,81 milhões de ha, uma alta de 2% sobre 2020, e produção cerca de 4% maior do que no ano anterior, com 137,54 milhões de t e, na soja, 131,69 milhões de t.

Já a safra de cereais no país (considerando os números de arroz, aveia, centeio, cevada, feijão, milho, sorgo, trigo e triticale) é estimada no próximo ano em 138,79 milhões de t, avançando 8% sobre o ano de 2020, e a área 3% maior que a última safra, com 27,93 milhões de ha plantados em todo o país. Do total de produção, as duas safras de milho do Brasil representariam 112,14 milhões de t do total de cereais.

A questão climática também é acompanhada com atenção pela DATAGRO, já que pode ser um fator limitante para a nova temporada. Até agora as projeções ainda não apontam grandes anomalias nas chuvas. O padrão tecnológico elevado será mantido pelos produtores brasileiros, já que os preços de venda estão valorizados, apesar de os custos de produção estarem mais altos em função do câmbio.

“Em 2020, temos a transição de neutralidade para La Niña, que, a depender de sua intensidade, pode trazer chuvas aquém do normal no Centro-Sul, e acima do normal no Centro-Norte. Mas a meteorologia até agora não aponta para um La Niña intenso. Nem de longa duração. Assim, poderemos até ter uma safra caminhando não muito distante da normalidade, como nas últimas quatro safras. Esse é o principal ponto de interrogação e apreensão pelos produtores. O único efeito já percebido é do atraso na chegada das chuvas na região Central, o que vai mantendo o plantio lento até este momento”, aponta França.

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