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Pandemia deve trazer onda de protecionismo para o agronegócio

A pandemia do novo coronavírus deve mudar a realidade do comércio mundial de alimentos. Para manter o abastecimento e alimentar suas populações, países estão estudando medidas protecionistas.

Segundo o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, alguns países já estão tentando evitar exportar excedentes para que não falte comida internamente. ‘‘Outros, estão estudando mecanismos de taxação ou de dificuldade de importar produtos para não perturbar os produtores nacionais deles, para que esses trabalhem tranquilamente para abastecer suas populações’’, destaca.

Brasil e as exportações

De acordo com Rodrigues, a pandemia trouxe novamente às pessoas, a ideia de que muitas coisas são supérfluas, mas que a alimentação é algo essencial em um momento de isolamento social. ‘‘Isso deu à agricultura no Brasil e no mundo uma nova visão por parte das sociedades urbanas como um setor importante que não pode parar’’, diz. ‘‘Mesmo com a pandemia e com todos os problemas de desarranjo na distribuição dos alimentos, de logística e etc., o Brasil foi o único país do mundo, nesses primeiros meses, que aumentou as exportações. Isso nos mostra a imensa capacidade do País de se adaptar rapidamente ao processo e de avançar no mercado’’, conclui.

Segundo o ex-ministro, mesmo com a pandemia da covid-19, o agronegócio brasileiro teve alta nos primeiros meses de 2020. De acordo com o órgão, estima-se que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), deve alcançar os R$ 716, 6 bilhões até o final do ano. A estimativa foi feita com base em dados do mês de junho. Se os cálculos estiverem corretos, o aumento será de quase 9%, em comparação ao ano anterior.

Papel do líder no agro

Para o presidente da Yara Américas, Lair Hanzen, nessa nova fase da humanidade, o Brasil vai se confirmar como celeiro do mundo. ‘‘Precisamos ser cada vez mais parceiros para que o Brasil não tenha apenas quantidade, mas sim, qualidade de produção’’, afirma.

Sobre o papel que o líder do agronegócio terá que assumir, Hanzen destaca a crença no setor. ‘‘Exercer seu papel de empreendedor e investir e acreditar na agricultura brasileira’’, diz. ‘‘Trabalhar pelo setor e fazer com ele seja mais competitivo é um jeito de fazer isso. Nós temos grandes produtores no Brasil, mas também temos pequenos produtores, e precisamos fazer com que eles consigam chegar a disputar espaço com essas grandes produções. As cooperativas são uma grande ajuda nesse sentido, mas precisamos de mais’’, afirma.

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