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Café solúvel do Brasil segue trajetória crescente mesmo com Covid-19

O segmento de café solúvel do Brasil teve desempenho positivo nos primeiros quatro meses de 2020. Com exportações que somaram o equivalente a 1.329.923 sacas de 60 kg, os industriais brasileiros registraram crescimento de 7,3% na comparação com os embarques em mesmo período do ano passado. Em receita cambial, o avanço foi de 0,5% na mesma comparação, com os ingressos rendendo US$ 181,4 milhões ao Brasil. Os dados fazem parte do levantamento mensal da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).

Segundo o diretor de Relações Institucionais da entidade, Aguinaldo Lima, a performance do setor é destacável, principalmente porque as indústrias revisaram suas estimativas após o decreto de pandemia do novo coronavírus. “Antes desse cenário de exceção que vivemos, prevíamos um crescimento de, no mínimo, 5% na comparação com o recorde de 4 milhões de sacas que foram exportadas em 2019. Agora, a projeção está para avanço de 1% a 5%, refletindo a cautela dos industriais diante das consequências da Covid-19”, revela.

Destinos

Nos primeiros quatro meses de 2020, o Brasil comercializou café solúvel com 87 países. Os principais clientes foram os Estados Unidos, com a importação de 254.310 sacas. Na sequência, vêm Rússia, com 152.415 sacas; Argentina, com 94.590 sacas; Japão, com 81.733 sacas; e Indonésia, com a aquisição de 77.582 sacas.

De acordo com o diretor da Abics, entre as 15 principais nações compradoras de café solúvel do Brasil, destacam-se duas que também são grandes fabricantes do produto. “O México e a Holanda estão entre os grandes produtores de solúvel e apresentaram crescimento surpreendente quando comparamos com as importações que realizaram no primeiro quadrimestre de 2019. Os holandeses aumentaram em 1.435% e os mexicanos em 555% as compras do produto brasileiro”, informa.

Consumo Interno

O mercado brasileiro também vem apresentando crescente interesse pelo solúvel nacional. O consumo da bebida, no primeiro quadrimestre, apresentou um incremento de 11% na comparação com idêntico intervalo anterior, saltando de 251 mil sacas, em 2019, para as atuais 298 mil sacas entre janeiro e abril. “Esse crescimento é resultado do esforço das grandes marcas, que apresentam novidades em produtos e embalagens, fazendo o café solúvel ganhar novos adeptos”, explica Lima.

O diretor da Abics conclui que os bons resultados apresentados nas exportações e no mercado interno do produto sinalizam, pelo menos em curto e médio prazos, que os impactos, internos e externos, causados pela pandemia da Covid-19 “não estão prejudicando o setor, pelo menos por enquanto”.

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