Agricultura

Saúde do cafezal: fique de olho nesses inimigos!

BICHO MINEIRO

É praga-chave do cafeeiro, o adulto do bicho mineiro é uma micromariposa de 6,5 mm de envergadura, com asas brancas na parte dorsal com uma mancha escura na ponta. A lagarta alimenta-se das folhas do cafeeiro, cavando uma galeria ou mina, onde se aloja e se desenvolve.

Os prejuízos são a redução da área foliar e grande intensidade de queda de folhas. Resultados de pesquisas evidenciam que, 67% de queda de folhas em outubro, provocam redução de 50% na produção. A ocorrência de chuvas e ar úmido reduzem o ataque da praga. E a intensidade de ataque aumenta em lavouras mais arejadas e sujeitas a ventos.

Os inimigos naturais e as condições ambientais, reduzem o ataque da praga em até 70%. O ataque é maior nos períodos secos de julho e atingindo o máximo em outubro . Normalmente, têm ocorrido um período longo de estiagem entre os mêses de janeiro a março, e como consequência , têm surgido um pequeno ataque da praga.

Para controlar o bicho mineiro , proceder da seguinte maneira:
– Inspecionar as lavouras constantemente;
– Do resultado das inspeções, decidir sobre a conveniência de aplicar inseticida;
– O inseticida deve ser aplicado, quando a porcentagem de folhas atacadas, no terço médio e superior, for igual ou superior a 30%;
– No caso de viveiros e plantas novas, por ter pequena área foliar, aplicar inseticida assim que a praga aparecer;
– Proceder a aplicação de inseticidas nos talhões atacados e continuar a inspeção nos demais.

O controle é feito com produtos em pulverização, como aqueles à base de ethion, dicrotofós, fention, fenitrothion, dimetoato, dentre outros, ou via solo, como aldicarb, dissulfuton, carbofuran e phorate.

BROCA DO CAFÉ

É também considerada praga-chave da cultura nas principais áreas produtoras de café do mundo, atacando frutos em qualquer estádio de maturação, desde verde até secos. Na fase adulta, a broca –do café é um pequeno besouro preto luzidio, com corpo cilíndrico e ligeiramente recurvado para região posterior. Os élitros são revestidos de cerdas e de escamas filiformes características utilizadas no reconhecimento da espécie. Os machos, além de menores que as fêmeas, possuem as asas posteriores ( membranosas ) rudimentares e, portanto, não voam e nunca deixam os frutos de onde se originaram.

O ataque em frutos novos causa sua queda, significando prejuízos na colheita. De um ano para outro, se o inverno for chuvoso, a broca fica abrigada dentro dos frutos não colhidos na planta ou no solo. Quando os frutos da nova safra estão na fase de chumbinho, começa o trânsito da broca dos frutos velhos para os novos. Nessa época, deve-se fazer amostragens periódicas nos frutos da primeira florada para verificar o nível de infestação

Como consequência do ataque, os grãos após o beneficiamento, aparecem perfurados ou quebrados. O café brocado, além da perda de peso, é depreciado na classificação, pois cinco grãos perfurados constituem um defeito.

As condições favoráveis à broca são: colheita mal feita; ocorrência de inverno chuvoso; lavoura vizinha a áreas de café abandonadas; lavouras localizadas em faces úmidas. Lavouras adensadas são mais sujeitas a infestação pela broca.

O controle químico deve ser feito quando houver 3-5% de frutos brocados. A amostragem deve ser realizada em 1% das plantas do talhão, coletando-se 15 frutos de cada lado, no terço médio da planta. Atualmente, somente os produtos à base de endosulfan são eficientes, na dose de 1,5 a 2,0 litros por hectare, da formulação a 35%.

CIGARRAS

Existem diversos tipos de cigarras atacando o cafeeiro, sendo mais comuns, as dos gêneros: Quesada, Carineta, e Fidicina. O inseto adulto têm o corpo de coloração escura, verde oliva e marrom, com diversas manchas e desenhos. As asas são transparentes e com diversas manchas. Os adultos do gênero são maiores, medindo cerca de 60 a 70 mm. Os do gênero Fidicina são menores, medindo cerca de 20 a 30 mm. A fase larval ocorre no solo, com as ninfas sugando as raízes do cafeeiro. Na fase de ninfa imóvel ocorre no solo, podendo ficar de 3 a 4 anos sugando as raízes do cafeeiro. Na fase final, cava galerias, até superfície, transformando-se em ninfa móvel, passando está fase na árvore e posteriormente em inseto adulto.

Os prejuízos causados pelas cigarras nos cafezais são evidentes. A planta atacada apresenta deficiência nutricional, quedas de folhas, flores e frutos, queda de vigor e diminuição da produção

A emergência dos adultos da Quesada, ocorre de agosto a dezembro. Os adultos de outros gêneros ocorrem de dezembro a março. O controle deve visar as ninfas no solo. A revoada, para as espécies do gênero Quesada ocorre de setembro a dezembro e, as outras, de dezembro a setembro. O gênero Quesada deve ser controlado, quando a população de ninfas/cova de cafeeiro for igual ou superior a 35. Para os demais gêneros, sabe-se que o cafeeiro suporta maior número de ninfas/cova, necessitando-se de uma avaliação “in loco” para se decidir sobre o momento de se iniciar o controle. Este é feito com inseticidas granulados sistêmicos, à base de Dissulfoton, Phorate, Aldicarbe, Terlinfos e Carbofuran.

ÁCAROS

Os ácaros mais comuns que atacam o cafeeiro são: o ácaro vermelho (Oligonichus ilisis) e o ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus). O ácaro branco é também conhecido como ácaro tropical, ácaro de chapéu do mamoeiro, ácaro das rasgaduras das folhas e ácaro do bronzeamento da folhas. É muito pequeno, não sendo visto facilmente sem o auxílio de lentes de aumento. Localiza-se de preferência nos tecidos novos das plantas, abrigando-se dos raios solares, na página inferior das folhas, onde realiza o ataque. Ataca ramos dos ponteiros e folhas novas que enrolam e secam ou permanecem rudimentares, podendo apresentar rasgaduras.

Os ácaros vermelhos são facilmente observados nas folhas do cafeeiro, com auxílio de uma lupa de bolso. Vivem na face superior das folhas, que se apresentam recorbertas por uma delicada teia, onde grudam detritos e poeira, tomando afolha um aspecto de suja. Na parte superior das folhas, furam as células e sugam o conteúdo celular.

As folhas perdem o brilho natural, tornando-se bronzeadas. O ataque do ácaro acorre geralmente em reboleiras e, em condições favoráveis e/ou ausência de controle, a infestação poderá atingir toda a lavoura. O uso em excesso de fungicidas cúpricos, pode causar desequilíbrio e provocar o aumento da população de ácaro.

Em período de estiagem prolongada, as condições são propícias ao desenvolvimento do ácaro, podendo causar o desfolhamento do cafeeiro, prejudicando principalmente as lavouras novas, em fase de formação. Chuvas pesadas paralizam o ataque e propiciam as plantas condições de vegetação e recuperação, não sendo necessária nenhuma medida de controle.

MOSCAS DAS RAÍZES

É uma praga que ataca as raízes do cafeeiro pelas formas jovens da mosca. Os prejuízos podem ser superiores ao ataque de cigarras e podem matar a planta pela sucção e dilaceramento das raízes.

O controle é feito através do uso de inseticidas granulados sistêmicos, via solo, como no caso das cigarras.

COCHONILHAS

Estão disseminadas por todas as regiões cafeeiras do país e podem atacar a parte aérea (cochonilha verde, parda, de cadeia, branca e de placa) e as raízes. O prejuízo é causado pela sucção contínua da seiva, contribuindo para o depauperamento e morte da planta. O controle das cochonilhas da parte aérea é feito pelo uso de inseticidas Fosforados (Malathion, Parathion, Vamidothion e Dimetoato) e, das cochonilhas das raízes, pelo uso de inseticidas granulados aplicados via solo (Dissulfoton, Carbofuran, Aldicarb e Phorate) e também, através do uso de pastilha de fosfina colocadas no solo.

FORMIGAS CORTADEIRAS

Os cuidados com as formigas cortadeiras, em cafezais, devem ser mais intensos no período de implantação da lavoura, pois atacam as mudas destruindo completamente a folhagem, prejudicando o seu desenvolvimento. Entre essas, temos a saúva (Atta spp) e quenquéns (Acromyrmex spp).

As saúvas podem ser controladas com formicidas gases liquefeitos, pós, líquidos e iscas granuladas ou com termonebulização. As quenquéns, localizando-se o ninho, que deve ser destruído mecanicamente ou pela aplicação de formicida

LAGARTAS

Existem diversas espécies, encontradas frequentemente nos cafezais. As lagartas alimentam-se das folhas do cafeeiro, e algumas espécies são bastante vorazes e causam rápido desfolhamento das plantas. Nas áreas atacadas pode-se observar no solo as fezes dessa praga.

Possuem muitos inimigos naturais, entre eles os pássaros, vespas e as moscas. O controle mais eficiente é através de piretróides sintéticos em pulverização foliar.

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