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Basf e Embrapa: parceria em nome da ciência

Embrapa e BASF firmam acordo inédito de cooperação na área de biotecnologia vegetal no Brasil. O acordo contempla desenvolvimento e comercialização de novas variedades de soja tolerantes a herbicidas.

A Embrapa e a BASF anunciaram um acordo de cooperação para o desenvolvimento e comercialização de variedades de soja geneticamente modificadas tolerantes a herbicidas. Segundo o acordo, a BASF É responsável pelo fornecimento do gene ahas. Já os pesquisadores brasileiros da Embrapa são responsáveis pelo processo de inserção desse gene em plantas de soja. Da associação entre o gene e o processo desenvolvido pela Embrapa, foram obtidas plantas geneticamente modificadas tolerantes a herbicidas da classe das imidazolinonas.

O contrato de cooperação técnica formaliza a definição e o reconhecimento dos direitos da Embrapa e da BASF em relação a essa tecnologia, que possui patente no Brasil, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e em outros países. As duas empresas são co-detentoras da tecnologia.

Esse será o primeiro produto geneticamente modificado a ser disponibilizado no mercado brasileiro obtido pelo “pacote tecnológico” de propriedade da BASF e da Embrapa. A expectativa é que as novas variedades de soja, decorrentes do trabalho de parceria formalizado hoje, possam estar disponíveis para o produtor de sementes em 2010 ou 2011. Para o agricultor, a partir de 2012.

Dada a importância da soja na economia brasileira – o Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja e maior exportador do grão -, é estratégico para o país contar com sistemas viáveis de controle e manejo das plantas daninhas na cultura. Com a inovação apresentada pela BASF e Embrapa, os sojicultores brasileiros terão uma nova opção no manejo de plantas daninhas, uma alternativa diferente das atuais encontradas no mercado.

“Este É um excelente exemplo de como as empresas podem criar sinergias em pesquisa, desenvolvimento e comercialização que resultam em soluções feitas sob medida para os agricultores. Também é uma demonstração clara de que o Brasil é um centro de competência em biotecnologia e o berço de inovações em pesquisa e desenvolvimento no campo de organismos geneticamente modificados”, afirma Walter Dissinger, Vice-presidente de Produtos para Agricultura da BASF para a América Latina.

“Na chamada economia do conhecimento, na qual vivemos, a inovação é um fator diferencial”, diz Silvio Crestana, diretor-presidente da Embrapa. “Estamos mostrando ao mundo nossa capacidade de gerar inovação, de gerar conhecimento. Nesse processo, buscamos as várias possibilidades de pesquisa. E a biotecnologia avançada, conduzida de forma atenta aos princípios da sustentabilidade, traz resultados que nos permitem vencer os desafios de gerar riqueza e bem-estar e nos colocam à frente do nosso tempo”, continua.

A Parceria

A parceria entre a BASF e a Embrapa teve início em 1997 e, após anos de estudos de laboratório e de campo, chegou-se a uma planta com as características desejáveis. As empresas estão trabalhando para registrar esta nova tecnologia junto à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), atendendo às exigências da Lei de Biossegurança 11.105/05.

Durante a fase de desenvolvimento de variedades, os investimentos deverão somar R$ 3,5 milhões, a serem empregados entre 2007 e 2010. Estudos científicos recebem investimentos adicionais de R$ 10 milhões e estão em fase final para em breve serem encaminhados Á CTNBio. A condução desses estudos por centros de pesquisa e laboratórios nacionais representa um dos ganhos mais significativos da parceria, uma contribuição valiosa no novo campo da ciência voltado para o desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas.

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