Tecnologia

Monsanto: tecnologia atestada na prática

Só que todo esse trabalho não acontece por acaso. Cada nova tecnologia que chega até o campo variedade de semente ou produto para uso nas lavouras demanda quantidade enorme de investimentos bancado, parte pelas empresas parte pelo governo federal.

Com a finalidade de colocar a prova essas tecnologias a Monsanto do Brasil criou estações experimentais pegando os vários ecossistemas do país. Assim é possível testar a eficiência dos novos produtos nas condições de clima e solo de cada região, Marcelo Montezuma, engenheiro agrônomo e técnico da Monsanto. Para ele, o diferencial desse trabalho é que ele oferece ao produtor rural a oportunidade de colocar na sua terra somente produtos já testados com resultados de experimentos práticos.

O Centro de Difusão em Tecnologia da empresa, em Santa Cruz das Palmeiras, SP, é um exemplo desse trabalho. Localizado dentro de uma área agrícola estratégica do estado, perto de importantes pólos agroindustriais para culturas perenes. Por isso um dos focos do trabalho realizado na estação experimental é o desenvolvimento de técnica de manejo para lavouras de Café, Citros, Cana-de-Açúcar e Eucalipto. Segundo Marcos Palhares que é gerente da unidade a linha de pesquisa para cultivares perenes prioriza o desenvolvimento de praticas de manejo de solo para controle de plantas daninhas de alto poder de infestação.

Além dos experimentos feitos na unidade a empresa mantém projetos pilotos junto a grandes produtores para testar a eficiência das novas sementes ou de novas formulações dos produtos da linha Roundup. Para Montezuma esse trabalho é muito positivo, pois, muitas das tecnologias que hoje são vistas no campo nasceram dentro de uma estação experimental o caso mais famoso é a soja RR (transgênica) resistente ao herbicida glifosato. Outras técnicas desenvolvidas através da pesquisa de extensão é o Cultivo Mínimo, o Plantio Direto que trouxeram aumento de produtividade e redução de custos ao produtor.

Palhares observa que a sustentabilidade da produção agrícola está muito ligada às práticas de cultivo preocupadas com o meio ambiente e a manutenção dos recursos da natureza. Outro ponto que o gerente chama atenção é a questão das margens de lucro reduzidas para o agricultor. Segundo ele, nessa nova realidade o manejo correto aliados às novas tecnologias em produtos e serviços, faz toda diferença. Isso, no final das contas, vai determinar se o agricultor permanece ou não no seu negócio, ratifica.

Para apresentar as novas descobertas e as pesquisas em andamento ao público em geral, todos os anos a Monsanto do Brasil abre as portas desses Centros de Difusão em Tecnologia para a visitação de produtores, técnicos agrícolas, multiplicadores e distribuidores de sementes, além de pesquisadores e a mídia especializada. A apresentação é análoga aos dias de campo feitos nas fazendas, porém, tudo monitorado pela equipe de técnicos da Monsanto do Brasil.

Para conhecer as diversas áreas de atuação da empresa os visitantes são levados afazer um verdadeiro “tour” pelos 34 hectares de área que formam a estação experimental. A primeira parada acontece nas culturas perenes onde o técnico mostra como fazer o uso das adubações verdes para preservar a umidade do solo entre as linhas de plantio. O técnico explica que o método funciona como um semi-plantio direto, já que não existe remoção do terreno e a retenção de nutrientes pela matéria orgânica é muito grande. Outra vantagem do produtor plantar capim entre as culturas é a diminuição da concorrência com plantas daninhas infestantes, mostra.

A família Roundup, principal produto da empresa, conta com uma área exclusiva na estação experimental pela quantidade de formulações e aplicações em culturas diversas. Na linha de herbicidas para combater plantas daninhas existe um experimento para cada espécie encontrada nos campos brasileiros. As principais são: a Braquiária Ruzizizenses, Colonião, o capim Corda de Viola e a Trapoeraba, apontada pelo técnico como a mais difícil de ser combatida. Palhares mostra que, os resultados obtidos nos testes, feitos dentro da estação experimental, servem para auxiliar as equipes de vendas. “Os agrônomos que trabalham no campo, usam essas informações para indicar qual o melhor produto para determinado problema e o principal, a melhor maneira de usar o produtos para combater” destaca.

Produtores vão para conferir novidades

Um grupo de produtores rurais assistidos pelo Gconci, grupo que dá consultoria técnica para citricultores, visitou a unidade para conhecer os lançamentos da Monsanto para esse segmento. Reinaldo Donizeti Corte que é engenheiro agrônomo e coordenador técnico científico do Gconci fala que para os produtores que não possuem uma consultoria este trabalho de orientação técnica faz com que eles tenham contato com novas formas de se manejar a cultura. Já para aqueles que já possuem uma consultoria de nível é uma oportunidade para conhecer outras pessoas que atuam na mesma área, trocar informações, conhecimentos e aumentar sua rede de relacionamento.

Corte observa que os produtores assistidos pelo Gconci são citricultores formadores de opinião, orientados para resultados e que buscam uma citricultura mais sustentável. “Toda vez que um produtor ou funcionário de uma fazenda sai para ver novas tecnologias ou para ver tecnologias já conhecidas, mas aplicadas em outros locais já existe um ganho em motivação” destaca. “Para os produtores de citrus, acredito que os ganhos que são observados mais rapidamente são os advindos dos treinamentos sobre tecnologia de aplicação de herbicidas apresentados na estação experimental” conclui.

Biotecnologia é levada a sério

Na parte de biotecnologia os experimentos aliam o desenvolvimento de sementes geneticamente modificadas, resistentes a vários problemas como pragas e doenças, com produtos que auxiliam as sementes transgênicas a potencializar seus resultados. A soja Roundp Ready mais uma vez ao caso mais conhecido. Resistente ao herbicida Glifosato a semente consegue germinar normalmente mesmo com as varias aplicações do produto, que é um herbicida pós-emergente, contra o ataque de plantas daninhas. O técnico mais uma vez faz um alerta. Segundo Palhares é comum o agricultor misturar o Roundup Ready com outros herbicidas a base da molécula Glifosato. “Isso é um erro que pode custar caro à lavoura” destaca. Ele explica que o aumento da fitotoxidez da planta, problema grave, que pode causa a morte da planta acorre porque o herbicida Roundp Ready possui na sua composição a molécula que se chama Glifosato que não muda. Só que, além desse elemento, existem uma série de outros ácidos, que fazem parte da composição do produto e que estão protegidos contra pirataria.

Estudo realizados no Rio Grande do Sul pela Agros Assessoria e Consultoria Agropecuária Ltda., em 2004, comparando o cultivo da soja Roundup Ready com os cultivos de variedades convencionais na safra 2003/2004 confirmaram o menor custo na média de cultivo com soja RR, representando uma redução de 13,98% em relação ao cultivo convencional. Na análise de todo o sistema de produção, incluindo os insumos, preço das sementes, equipamentos, maquinário e mão-de-obra utilizados, ficaram evidentes as diferenças entre as duas lavouras: média R$ 111,67/ha a menos a para o sistema RR, o que representa economia de 20,6 %. Além da soja Roundup Ready, o algodão Bollgard (resistente a insetos) da Monsanto também foi aprovado este ano pela CTNBio e poderá ser comercializado pelas empresas de sementes licenciadas, assim que obtiver os devidos registros, explica o gerente da estação experimental.

O milho YieldGard é outros organismo geneticamente modificado (OMG) desenvolvido para proteger a lavoura de milho dos ataques da lagarta do cartucho, da lagarta da espiga e da broca do colmo. A cultivar tem inserida em seu código genético o gene da proteína do Bacillus thuringiensis (Bt), uma bactéria encontrada naturalmente no solo, que possui ação inseticida.

O gerente da estação experimental que a vantagem desse trabalho estar protegido da ação de pessoas inescrupulosas é que eles não podem ser copiados sem o devido processo legal, conclui Palhares.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *