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Mercado de sêmen cresceu em escala menor em 2004

A ASBIA, Associação Brasileira de Inseminação Artificial, divulgou no dia 7 de março o resultado anual de comercialização de sêmen no Brasil em 2004. Segundo relatório, a evolução da comercialização das vendas de sêmen nacional cresceram cerca de 75,79% entre 2000 e 2004. Já as vendas de sêmen importado no Brasil apresentaram uma queda de mais de 31% nos últimos cinco anos. Somando-se as vendas das duas categorias, o Brasil apresentou um crescimento de 29,66% no último quinquênio.

Avaliando apenas o mercado de 2004, verificou-se que ele foi praticamente uma repetição de 2003 em volume de vendas. Foram comercializadas 5,790 milhões de doses de material genético nacional em 2004, contra 5,713 milhões de doses no ano ano anterior, o que resulta numa evolução de apenas 1,34%. Um crescimento relativamente pequeno se comparado ao obtido em 2003, quando a evolução em relação a 2002 alcançou mais de 10%. A diferença entre 2003 e 2004 no resultado da venda de sêmen importado também foi modesta, caindo das 1,759 milhão em 2003, para 1,690 milhão.

Resumidamente, a evolução da Inseminação Artificial no Brasil teve um acréscimo de 0,10% no ano passado. Apesar do mercado ter se mantido estável, alguns aspectos relativos ao ano anterior contribuíram de forma negativa nas vendas: ” Houve uma migração de área e investimentos da pecuária para a agricultura e uma estagnação do valor da arroba para o produtor, entre outros fatores”, exemplificou o presidente da ASBIA, Heverardo Rezende de Carvalho. “Porém, o mercado já esta demonstrando fortes sinas de recuperação, principalmente na atividade leiteira, com preços mais atrativos e a profissionalização dos produtores. Analisando a comercialização de sêmen nos últimos 10 anos, percebe-se que a inseminação vem crescendo gradativamente, mas ainda existe um mercado extremamente promissor, considerando que apenas 6 a 7% das fêmeas em idade reprodutiva são inseminadas artificialmente”, disse ele.

De acordo com a ASBIA, as raças de gado de corte aumentaram as vendas de sêmen em 42,74% nos últimos cinco anos, com aumento na procura por material genético de raças zebuínas e queda nas vendas de genética de raças européias. Há raças que obtiveram crescimento de mais de 200% durante o período anteriormente citado, como é o caso do Nelore e da adaptada Bonsmara. Com a venda de 2.716.648 doses durante o ano passado, o Nelore ratificou-se, mais uma vez, como a raça de maior demanda por sêmen. Já as raças leiteiras registraram de 2000 a 2004 um desenvolvimento de 10,45%, com destaque para o Gir Leiteiro, que evoluiu mais de 195% no período qüinqüenal, e para o Girolando, que cresceu 46% em 2004. “O mercado leiteiro se estabilizou e a tendência é voltar a crescer e se aproximar da linha de crescimento da carne. Os produtores estão com uma rentabilidade maior, o que não significa que o mercado para gado de corte esteja ruim, mas sim que o leite está retomando sua boa colocação no mercado mundial”, disse Lino Rodrigues Nogueira, vice-presidente da associação.

Em 2004, a ASBIA teve sua sede social transferida para Uberaba/MG, o que a aproxima de grande parte de seus sócios. A entidade colaborou na realização de um estudo feito pela EMBRAPA Gado de Leite que demonstra as vantagens econômicas da inseminação artificial em relação à monta natural e realizou semanas de inseminação artificial em universidades, entre outras atividades. Em relação aos projetos para 2005, ela pretende dar continuidade aos eventos em universidades, disponibilizar mão-de-obra de técnicos, veterinários e zootecnistas, promover cursos de atualização com conteúdos programáticos modificados e desenvolver o mercado através de parcerias, como a realizada com o Banco do Brasil, denominada: O Banco do Brasil e a ASBIA levam a tecnologia até você. “Os produtores precisam ver que inseminar dá resultado. É preciso padronizar o sistema e identificar as áreas potenciais para os cursos. Temos o objetivo de dobrar a utilização da técnica até 2008 e para alcançarmos nossas metas estamos traçando e ampliando um plano estratégico de atividades”, concluiu Nogueira.

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