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Uma escola de produtores rurais

A intenção da formação dos cursos surgiu dos antigos cursos vocacionais, realizados, na época, nas escolas públicas. Esses cursos estão comemorando este mês três décadas de existência.

Com sede instalada em Embu das Artes, município de São Paulo, o Centro é uma associação civil sem fins lucrativos que, além de realizar os estudos e pesquisas forma mão de obra qualificada para as várias atividades rurais.

A presidente do centro paulista, professora Suzana Elizabeth von Eye, conta que o objetivo é proporcionar conhecimento e informação o suficiente para as atividades do agro. Os inscritos também recebem noções básicas no auxílio de veterinários, cuidados fitossanitários, aprendem como funcionam as colheitas das principais culturas e também qual a maneira mais indicada de administrar as propriedades.

O curso de formação de técnicos em agropecuária é destinado aos profissionais liberais, ou não, que planejam investir em atividades do setor, a estudantes de nível médio e superior, ou já formados. Além desses o CPEA ainda oferece cursos de equitação básica e avançada, conveniados com a Vila Hípica Moinho Velho, e um curso de formação de caseiros.

As aulas acontecem sempre aos finais de semana tendo os dois períodos do dia divididos entre aulas teóricas e práticas. A Professora Suzana ressalta que a iniciativa conta com um convênio com o Colégio de Vanguarda, possibilitando a emissão do diploma de técnico reconhecido pelo MEC (ministério da Educação) e é passível de registro no CREAA (conselho regional de engenharia, arquitetura e agronomia).

Com duração de 18 meses foi concebido num formato modular, ou seja, permite o ingresso dos interessados em qualquer período ao longo do ano. É por isso que, segundo os responsáveis, o trabalho realizado pelos profissionais do centro é o único, nesse formato, em toda a grande São Paulo.

Os módulos desenvolvidos são o de produção animal (criações), direcionado para todos os elos da cadeia produtiva da carne. Além da pecuária o centro promove o módulo voltado a agricultura, direcionado ao clima e solo, formação de pastagens, capineiras, silos e fenação, horticultura, fruticultura, culturas anuais e perenes. Já o módulo de planejamento, projeto e gestão é voltado para a topografia, administração rural, crédito e comercialização, legislação ambiental e gestão ambiental.

O Professor Fernando Perracini, vice-presidente, esclarece que as aulas dão uma noção geral de todas as coisas que envolvem o agronegócio brasileiro . Quando o curso é concluído os interessados podem optar por uma área e aprofundar-se em sua escolha, a continuação desse estudo pode ser realizado no próprio CPEA.

Os responsáveis acham importante ressaltar que a evolução do agro mudou a estrutura do curso. Hoje, graças ao fenômeno do êxodo urbano, as pessoas se matriculam porque gostam da vida no campo e pretendem mudar de ramo, enxergam como um novo negócio, e por isso, para Perracini, o principal é terem noção de gerenciamento do setor. Para ele grande parte das dificuldades enfrentadas por muitos produtores rurais, atualmente, deve-se a um erro de gestão.

Essa volta as raízes tem a participação de vários profissionais de diferentes áreas. E esse é um dos fatores que enriquecem as aulas, afirmam os Professores. Pois cada um traz suas experiências, em suas respectivas áreas de atuação profissional.

O CPEA continua investindo em novas ações. Atualmente está desenvolvendo um projeto de hidroponia para o cinturão verde de São Paulo. Serão 10 mil m2 de cultivo de alface. O aparato técnico já está sendo montado. O projeto contará com a colaboração do CENAR, FAESP, Casa da Lavoura e o SEBRAE. Além desse, o centro paulista também está investindo no curso de preservação do meio em ambiente. Segundo os responsáveis a nova iniciativa reflete a preocupação do CPEA em integrar o agronegócio com o ecossistema, encontrando atividades viáveis para esse propósito, sobretudo quanto ao manejo das atividades rurais.

Mas durante um período negro da História política brasileira por pouco o curso não encerrou suas atividades. Em 1972, no período do regime militar, a ditadura quase conseguiu que os cursos vocacionais fechassem as portas. Segundo o Professor Perracini os militares os consideravam subversivos. Os seus diretores foram presos inúmeras vezes para prestarem depoimentos. Além disso as oligarquias existentes naquela época também faziam apologia a extinção das aulas. Eles o consideravam uma ameaça para o domínio que impunham no período.

Hoje os Professores declaram que, felizmente, o desafio atual é conseguirem reunir um grupo de professores que tenham um conceito de gestão aliado a teoria e consigam aplicar essas idéias na prática. A presidente do Centro declara que o CPEA procura muito mais do que profissionais que sejam profundos conhecedores dos temas abordados em sala de aula. Eles acham que para a continuação do desenvolvimento do agronegócio no país, o curso precisa de educadores. É como uma célebre frase do escritor Rubem Alves que diz que professor qualquer um pode ser. Mas ser educador é para poucos, pois educação é um sacerdócio, é uma paixão.

Nosso objetivo é o de proporcionar um ambiente para a prática da equitação diferente do que tradicionalmente se encontra em São Paulo. Temos como foco o cliente de classe média, o qual tem a pretensão de praticar o hipismo como esporte e lazer, e não como uma forma de exibição de status. Assim, proporcionamos um ambiente bastante descontraído, onde prevalece a amizade e o companheirismo.

Para a maioria das pessoas o hipismo ainda tem a imagem de uma atividade caríssima, inacessível a classe média, além de ser perigosa. Na realidade o hipismo tem todas as condições de ser um esporte muito mais popular do que se imagina. Na Hípica Moinho Velho o custo de se praticar hipismo está abaixo ao de outros esportes considerados muito mais populares como tênis e natação.

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